Capítulo 35

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CAIO SHERMAN

Pedi completamente a noção das horas.

Havia até mesmo pegado no sono dentro do carro, mas a preocupação ainda me dominava por completo.

Sabia que quando chegasse em casa, Clarissa iria me interrogar e eu iria ser grosso com ela, novamente. Já que não pretendia, dizer o que a maldita pessoa por trás desse pesadelo queria em troca da nossa filha.

Ao sair como eu louco de casa, não levei nem mesmo o celular, por isso não fui interrompido dos meus mais horríveis pensamentos. Mas uma hora teria que voltar, e era essa a hora.

Liguei o carro e sai daquele lugar deserto, sem absolutamente ninguém, a não ser eu.

O sol já estava nascendo, iniciando mais um dia de tortura.

Dirigi até o condomínio ainda com os dois carros de policia na sua entrada, passei pelo porteiro sem nem mesmo olhar para sua cara de pena, com certeza era essa sua cara.

Estacionei em frente a casa que Clarissa havia escolhido, a que ela havia sonhado um dia. Era para tudo estar perfeito, mas não estava. Minha filha de apenas um mês de vida, havia sido sequestrada.

Quando peguei na maçaneta da porta e á abri, dei de cara com muitos rostos preocupados e raivosos.

– A onde estava? Por que sumiu dessa forma? - Valéria perguntava.

– Me perguntando no que eu errei, para a minha filha estar pagando por isso - respondi, passando por ela e indo até meu escritório.

– Caio, quem era no telefone ontem a noite? - Guilherme veio logo atrás, perguntando.

– A policia tem novidades? - perguntei.

– Disseram que até o momento, não. Mas estão interrogando a babá, nesse exato momento.

– A babá - disse em um sussurro.

– O que você disse?

– Preciso falar com essa garota.

– Só quando o delegado liberar ela. Mas me diz, quem era ontem? - ele pegou no meu ombro, para que eu o encarasse.

Puxei o ar e o soltei, quando abri a boca para dizer a porta bateu contra a parede num estrondo.

Encaramos para ver quem era. Gabriela, e parecia desesperada.

– O que foi? - perguntei, já me aproximando dela.

– A Clarissa - ela dizia eufórica - sumiu. Eu procurei ela pela casa toda e ela simplesmente desapareceu.

– Como assim desapareceu, Gabi? - arregalei meus olhos.

– Eu vi ela pegar no sono, depois de tomar um calmante e nisso eu dormi também. Mas quando acordei, ela já não estava mais do meu lado.

Passei por ela sumindo aquelas escadas sem nem ver, entrei em cada comodo do andar de cima. Quarto de hospedes, seu atelie, o quarto da Anaju e a suíte, nada. Fui até o closet a onde ela costumava ficar por horas sentada em algum canto, mas infelizmente não achei nada.

– Olha - ouvi a voz de Tomás.

Virei-me para encarar o que ele dizia, uma folha de post-it. Peguei da mão dele.

"Uma mãe faz qualquer coisa por um filho.

Me desculpem, Ana Júlia voltará logo."

– Não! - amassei o papel com toda a força possível.

– O que foi, Caio? O que significa isso? - perguntou Kendra.

A Filha da Empregada 3 - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora