CLARISSA SHERMAN
— Mãe, me entenda, por favor.
— Como você quer que eu entenda? - ela me encarou - Você vai para os Estados Unidos, Clarissa. Você não vai saber se virar lá.
— Mãe, eu já viajei pra fora e sou bilíngüe.
— Isso é verdade. - meu pai sorriu - Que orgulho de você, querida.
— Roberto! Você aceita isso?
— Sim, Kendra. Pense em tudo que Clarissa e Caio já passaram aqui. Eles tem condições de ir morar fora, então aceite. Seja menos dramática, sua filha não irá esquecer de você.
— Mas eu não vou ver mais o meu bombomzinho. - ela disse, se abaixando e pegando Ana Júlia nos braços - Isso é demais pra mim.
— Mãe, existe WhatsApp e FaceTime. Iremos nos falar sempre e toda vez que tivermos tempo, nós iremos vir aqui visita-los. Lembre-se que Caio também tem a mãe dele aqui e nós temos todos nossos amigos. Os padrinhos da Anaju. Nós não vamos desparecer.
— Preciso absorver isso. Me deixem sozinha com minha neta.Ela virou e seguiu direção as escadas.
— Ela vai aceitar. Isso vai ser apenas uma fase.
— Ela é tão dramática, pai.
— É sua mãe. Não poderia ser diferente, querida - ele sorriu.
— Ela poderia ser mais compressiva, igual à você.
— Poderia mesmo.
— Eu vou sentir muitas saudades.
— Eu também, minha princesa. Só que por mais que irei sofrer com isso, vou sempre te apoiar.
— Eu te amo - o abracei - amo demais.
— Eu também, te amo filhota. Sempre vou amar - ele disse, beijando minha testa.Eu o amava. Amava demais.
Sempre foi o pai mais compressivo que eu havia conhecido. Lembro que as meninas na época do colégio sempre diziam querer um pai como o meu.
Admirava muito Roberto Fortunato. Ele sempre foi minha maior inspiração, para conseguir tudo que tenho hoje.Assisti TV com ele, até finalmente minha mãe resolver descer.
Estava rezando silenciosamente para que ela sorrisse e dissesse: tudo bem querida, irei te apoiar.— E então? - me levantei e à encarei.
— Vai apoiar sua filha? - meu pai perguntou.
— Bom - ela suspirou - tudo bem, eu vou apoiar e aceitar sua decisão.Meu pai e eu nos olhamos sorrindo, me aproximei dela lhe dando um abraço apertado.
— Obrigada mãe. Eu te amo - disse baixinho.
~
O mês não havia passado, havia simplesmente voado.
Minha coisinha estava com dois meses de pura gostosura.
Tudo já estava pronto para que fossemos embora para Nova York. Já havíamos comprado a casa em um condomínio seguro.
A ida do Caio para a empresa de lá já era bem esperada. Já havia começado a reforma para abri meu ateliê lá e também minha loja física.Aqui deixaria tudo nas mãos de pessoas realmente competentes e confiáveis. E teria que vir sempre para ver como estavam e também para campanhas de moda.
O relógio em meu pulso marcava exatamente nove e vinte da manhã de sábado. E uma Gabriela histérica deixava a mim, Daniela e Lauane completamente doidas.
Sim. É o dia de seu casamento com Guilherme. Por fim, o dia havia chegado.
— Não vai da certo.
Ela se lamentava, se jogando na cama.
— Por que não inferno? - Ane revirou os olhos.
— Eu estou horrível.
— Gabriela você ta linda. E levanta, vai desarrumar o cabelo - à puxei.
— Amiga - ela me abraçou.
— Que saco, para de choramingar mulher - Dani bufou.
— Gabi esse frio na barriga e essa insegurança é normal, mas você tá linda. Para com isso e vai vestir aquele vestido.
— Seu casamento é daqui a pouco fofa, e o maquiador precisa entrar - disse Daniela.
— Não me chama de fofa! É como se eu estivesse gorda.
— Tá, que seja.
— Meninas, saiam por favor. Deixem eu falar com ela - pedi.
— Saindo - Ane disse puxando Dani pelo braço.
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A Filha da Empregada 3 - FINALIZADA
Romansa"TERCEIRO LIVRO DA SÉRIE AFDE" Cinco anos haviam se passado e novidades eram o que não faltavam. Clarissa e Caio estavam casados á exatos seis anos e acabavam de receber a notícia que mais alguém viria para completar a família. Mas a dúvida era: se...