CLARISSA SHERMAN
Minha ex-chefe foi embora depois de alguns minutos, ainda me pedindo desculpas.
Não achava necessário. Silvia não tinha culpa alguma no que Gustavo havia se transformado, em um verdadeiro monstro.
Gabriela e Guilherme ficaram o restante da tarde conosco, mas quando a noite foi caindo resolveram ir embora. Gabi estava completamente atolada com seu trabalho, os preparativos para o seu casamento que será daqui um mês e pelo jeito, agora estava se preparando psicologicamente para quando Ana Júlia, Caio e eu formos embora.
Meus pais também foram embora, depois que minha mãe deu banho na neta, eu á amamentei e ela dormiu. Eles voltariam na manhã seguinte e obviamente minha mãe me ligaria durante a noite, ou mandaria mensagens.
Enquanto subia em direção ao quarto, olhava de canto de olho Caio conferir se todas as portas e janelas da casa estavam trancadas, e também se a viatura já estava á postos lá fora. Não me sentia nada bem com aquilo, nem um pouco mesmo.
– Você deveria parar de ser tão teimosa e me esperar - ele disse, ao segurar meu braço cuidadosamente.
– Não estou tão impossibilitada assim - murmurei.
– Você só tem que entender que precisa sim de ajuda, e isso não é vergonhoso para ninguém.
Não abri a boca. Sabia que com meu gênio do cão, mesmo não querendo, eu iria acabar discutindo com ele. Sempre achei que eu tenho transtorno de bipolaridade, mas nunca procurei saber de verdade. É talvez, eu tenha mesmo.
– Vou tomar um banho - eu disse, antes que ele me levasse até a cama.
– Ok, eu te ajudo - sua voz era calma e sem nenhuma malicia.
– Só preciso de ajuda com a roupa, o resto consigo fazer sozinha.
– Vamos lá então.
Antes de irmos para o banheiro, fui até o meu lado do closet e peguei um pijama: calça e blusa de mangas compridas. Deixei-o em um puf ali mesmo e fomos até o banheiro.
Caio me ajudou a tirar a camiseta e pelo o que eu percebi ele gelou ao ver o tamanho do curativo tampando quase todo meu lado esquerdo, ele já havia visto antes e era sempre o mesmo olhar.
Eu ficava um pouco sem graça com aquilo, ele encarava tanto e sem ao menos piscar.
– Caio, preciso de ajuda com o sutiã. Pode abrir o fecho, por favor - virei-me de costas, para que ele parasse de encarar e me ajudasse logo.
Sem dizer nada ele abriu o fecho, coloquei o sutiã no cesto de roupas-sujas, em seguida ele me ajudou com a calça e a calcinha, entrou no box ligando a ducha.
– Pode entrar, está do jeito que você gosta - ele disse, saindo do box para que eu entrasse.
– Obrigada - sorri.
– Estou aqui fora, quando terminar eu volto pra te ajudar.
– Ok - balancei a cabeça.
Ele saiu do banheiro apenas encostando a porta, mas eu sabia que ele estava ali grudado nela, conhecia Caio Sherman mais do que a mãe dele se duvidar.
A cascata de água morna estava deliciosa, graças ao curativo ela não batia no machucado fazendo com que eu sinta dor.
Tomei meu banho normal, só que dessa vez bem mais lento, já que tinha que movimentar devagar. Lavei meu cabelo que necessitava de uma hidratação com urgência. Fiquei por mais um tempo, apenas encarando o azulejo da parde ou então a água descer ralo á baixo.
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A Filha da Empregada 3 - FINALIZADA
Romance"TERCEIRO LIVRO DA SÉRIE AFDE" Cinco anos haviam se passado e novidades eram o que não faltavam. Clarissa e Caio estavam casados á exatos seis anos e acabavam de receber a notícia que mais alguém viria para completar a família. Mas a dúvida era: se...