A Filha da Empregada 3 - FINALIZADA

Capítulo 11

CLARISSA SHERMAN

Dois meses depois...

Haviam se passado dois meses, dois meses exaustivos.

1. Eu já estou no quarto mês de gestação, sim quarto. E estava começando a ficar neurótica, eu não queria, mas me ver daquela forma era complicado. Só que ao mesmo tempo eu adorava, por que sabia que quanto maior, menos o tempo para finalmente ver o rosto daquela criaturazinha. Aliás, eu já podia saber o sexo, se a posição do bebê deixasse, claro.

2. Eu estava em uma correria louca nesses últimos dois meses. Tinha minha coleção á ser lançada, daqui á duas semanas. Minha nova casa, estava praticamente pronta com a agilidade de Daniela, mas o pior seria decidir o que levar e o que não levar. E eu tinha apenas uma semana para isso, queria me mudar na próxima semana já. Nós iriamos manter o apartamento, sem alugar.

3. O caso, Lauane e Tomás, já havia se tranquilizado e nossos amigos já sabiam a causa do término, ela fez questão de contar.

Lauane já estava melhor e continuava morando no Rio, e Tomás estava trabalhando como um louco, como sempre. Ele não queria vê-lá mais, e eu entendia. Ela preferiu manter distância, passando um mês sem vir para São Paulo.

Pelo o que ela me disse na última vez que nos vimos, ela estava "conhecendo" alguém, sei lá.

4. Augusto Sherman estava na mesma. E aquilo me preocupava bastante, no mesmo momento em que Caio estava bem, ele poderia desmoronar. Sabia que uma hora ou outra, receberíamos uma noticia nada agradável, mas esperava que ela seja adiada por muito tempo ainda.

– Clari, acorde!

Minha mãe estalou os dedos em frente ao meu rosto, pisquei algumas vezes voltando a encarar o monitor do Mac.

Era uma segunda-feira, duas da tarde e eu estava em casa. No escritório de Caio, para ser mais exata.

Ele estava em Londres, resolvendo alguns problemas da filial e também aceitando algumas propostas. Me ligava de uma em uma hora, aquilo era loucura, eu sei. Mas diga isso á meu marido.

– O que houve, mãe? - perguntei, digitando o e-mail para Michael.

– Eu te perguntei uma coisa - ela encarou o relógio, em seu pulso - á uns cinco minutos.

– Desculpe, estava distraída. Pode repetir?

– Vai fazer o ultrassom quando? - me encarou, sorrindo.

– Quando Caio, voltar de viajem. Se fizer antes, ele me mata.

– Claro - ela riu - estou ansiosa para saber o sexo do meu netinho, ou netinha.

– Espere um pouco mais, então mãe - eu disse, continuando á digitar.

– Já terminou de separar as coisas, para a mudança?

– Algumas coisas, apenas - suspirei, me recostando na cadeira - preciso da sua ajuda.

– Sei que precisa - ela riu - o que devo fazer?

– Vou terminar esse e-mail, e então vamos ver. Ok?

– Ok, senhorita - ela piscou.

Aquele e-mail era importante, aliás, todos nossos e-mails eram.

Quando terminei, coloquei na tela de descanso e sai do escritório com minha mãe. A sala de estar estava cheia de caixas de papelão, onde eu e Marli já havíamos embalado várias coisas do comodo, e também da cozinha e copa.

Fomos para o meu quarto, ele ainda estava intacto.

– Que tal começarmos com todos os enfeites enfeites, e depois irmos para o closet? - minha mãe, perguntou.