Capítulo 15

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CAIO SHERMAN

Eu amava minha mãe, mas em certos momentos ela me irritava. Como agora.

Descemos, Clarissa foi atender um telefonema e minha mãe me seguiu até a cozinha.

– Atrapalhei vocês, me desculpe querido - ela disse, com um sorriso no rosto.

– Relaxa mãe.

Entrei na despensa e peguei as travessas de doces. Minha mãe ficou com as de bala misturadas com chicletes e a outra com jujubas, já eu fiquei com as de bombom e a de pirulitos.

Quando chegamos na porta da sala, os meninos chegaram tão rápido perto de nós, que eu cheguei a me assustar.

– Eu quero bombom, dindo! - Miguel saltitou.

– Quero jujubas! - disse Isaac.

– Eu também quero tio! - Enzo disse, segurando minha perna.

– Calma ai, pirralhos! Tem doces o suficiente pra vocês - eu disse, caminhando até a área - eu acho - murmurei.

Coloquei as travessas na mesa e minha fez o mesmo, distribuímos os doces para eles que pareciam formigas. Não passou nem dois minutos e os marmanjos vieram pegar também, claro.

– Eu estava mesmo, com vontade de comer chocolate - minha irmã disse, lambendo os lábios.

– Tô vendo - revirei os olhos.

– Não quero ir embora dessa casa - Daniela riu.

– Esses doces são para as minhas crianças, que eu saiba.

Clarissa surgiu no meio de todos, passando por baixos dos braços. Ela parou ao meu lado, vendo o quanto aquele povo parecia desesperado para comer doces.

– Desculpa Clari, mas eu sou uma formiga para doces - Isabela riu.

Olhei a loira ao meu lado, que apenas suspirou. Saímos daquela bagunça e fomos para o outro lado, Clarissa se sentou na espreguiçadeira se encostando e eu me deitei entre as suas pernas.

Nossos pais estavam na mesa ao lado.

Kendra e minha mãe riam de algo muito engraçado pelo jeito, meu pai e Roberto jogavam dominó.

Me virei ficando de barriga para baixo, encarei a barriga da Clari. Quatro meses. Eu não via a hora de ver o rosto daquela menina, sorri alisando sua barriga.

– Não conversamos sobre o nome - comentei.

– Ainda temos tempo, para brigar sobre isso - ela riu.

– Ah, mas podemos dar nossos palpites ué.

– De quais nomes você gosta? - Clarissa me encarou.

– Hum...não sei - entortei o lábio - Júlia, gosto desse nome.

– É, eu também - sorriu - mas gosto de Ana, sempre gostei desse nome. Elena também, eu acho lindo.

– Pode ser um nome composto, eu fico com o Júlia e você decide o outro. O que acha? - á encarei.

– Ok - ela sorriu - quando me decidir, eu te falo.

– Beleza, só não demora.

– Por que? - ela ergueu á sobrancelha.

– Porque o nome dela vai estar em um dos enfeites do quarto, e a Dani já começar a mexer. E eu quero saber logo - eu disse dando de ombros.

Clarissa sorriu,balançou a cabeça em positivo e ficou em silêncio.

Eu já havia notado esse silêncio dela, muitas vezes ficava tão pensativa que se esquecia do presente. As vezes procurava parar de falar da gravidez, e sempre á encontrava tensa.

A Filha da Empregada 3 - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora