Capítulo 34

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CLARISSA SHERMAN

Pontinhos coloridos surgiram na minha frente, trazendo também uma tontura que me fez cambalear para trás.

Fechei os olhos com força e os abri novamente, só o suficiente para ver o reflexo do rosto de Caio e um grito no meio da escuridão.

– Clari...por favor, amor, acorda!

A voz estava longe, mas ouvia o suficiente para saber que a pessoa estava a um ponto de chorar. A pessoa alisava meu rosto, ainda me chamando.

Fui abrindo meus olhos aos poucos, um pouco zonza e sem saber muito bem quem estavam ali.

– Isso, toma isso aqui.

– Hãn? O que é isso? - perguntei, ainda perdida, enquanto me sentava.

– Água com açúcar, querida. Toma - dessa vez consegui distinguir a voz de Marli.

Peguei o copo das mãos de Caio que estava de joelhos na minha frente, virei a água com açúcar em um só gole. Encarei o fundo do copo de vidro, foi ai que minha ficha caiu.

Haviam levado a minha filha.

– Minha filha! - me levantei em um pulo - A onde está a minha filha?

– Senhora, fique calma. Já estamos á procura da sua filha - o policial disse.

– Como quer que eu tenha calma? Algum desgraçado levou ela! Você é pai? Sabe a dor que eu estou sentindo? A angustia? Eu sinto que vou enlouquecer, se não ver o rosto dela agora.

– Eu sou pai - ele me encarou - sei o quanto amamos um filho, e eu prometo que vou encontra-lá. Pode acreditar em mim?

– Eu não acredito em mais ninguém.

– Tente acalma-lá, vamos sair e voltamos com novidades - ele disse ao Caio, mas sem desgrudar os olhos dos meus, que da mesma forma o encarava.

Tereza os acompanhou até a porta.

Apressei meus passos até a cozinha, quando cheguei lá á vi sentada em um dos bancos em frente ao balcão.

Fui até lá com rapidez puxando seu cabelo e a jogando contra o chão, o barulho do tapa que eu dei em seu rosto ecoou pelo comodo, em seguida agarrei a gola de seu uniforme á encarando.

– O que você fez com ela? A onde está Ana Júlia? - perguntei aos berros, meus dentes estavam trincados, minha vontade era de acabar com ela.

– Senhora... - ela pausou, pelo choro - eu juro que não sei, eu...eu estava no parque com ela pronta para voltar para casa, mas por um misero instante taparam minha boca para que eu desmaiasse e quando acordei nem mesmo o carrinho estava lá, apenas algumas pessoas me ajudando. Me desculpe, por favor.

– Você mexeu com a mãe errada, sabia? - segurava tão forte o tecido, que pensei que iria rasga-lo - Você era a responsável por ela, e olha só o que aconteceu? Se a minha filha não voltar, eu te mato. Juro que te mato, Joice!

– Clarissa! Solta ela! - os braços fortes de Caio agarram minha cintura me puxando, isso fez com que eu soltasse a roupa.

– Me solta! - me debati - Agora, Caio!

E então ele me levou para fora da cozinha, me colocando de volta ao chão.

– Se a minha filha não aparecer, eu vou acabar com ela!

Soquei a parede, soltando um gemido em seguida, aquilo havia doído demais.

Não quanto ao vazio que estava dentro de mim, a partir do momento em que me deram a notícia que minha filha havia sido sequestrada.

A Filha da Empregada 3 - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora