"Cicatrizes não saram quando você continua cortando"

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Este livro NÃO É uma apologia ao suicídio, mas sim, um alerta.

OMS (Organização Mundial de Saúde): Suicídio já mata mais jovens que o HIV em todo o mundo.

OMS: Suicídio causa uma morte a cada 40 segundos no mundo.


Observação importante:

 este livro tratará sobre suicídio, automutilação, bullying, homofobia, abuso de bebida alcoólica e drogas.



***


Prólogo.

25 de dezembro.


Gregório era o típico garoto de classe média. Gostava de games, de música, de livros, de filmes, de seriados. Tinha poucos amigos, não era popular. Sua vida era razoavelmente boa.

Mas o jovem lembrava-se com perfeição seu primeiro corte profundo. Foi em um natal. Um natal que deveria ser feliz. Afinal, natal não é confraternização e toda aquela apelação e comercialização? Sempre tinha aquela tia com aquelas perguntas indesejadas e primos tão indesejados quanto.

Greg, como era chamado pelos seus poucos amigos, não aguentava mais sorrir ou melhor, fingir sorrisos na sala de sua casa com toda sua família nela. Ele só via toda aquela gente no natal e quando via eles fingiam serem íntimos dele, mas NÃO ERAM! Greg não era íntimo de ninguém além de si.

O rapaz só queria ficar em paz, mas ouvir sua tia perguntar compulsivamente sobre namoradas estava o deixando louco.

Greg tinha completado recentemente 16 anos e no próximo ano estaria indo para o terceiro e felizmente último ano letivo do ensino médio. Ele até entenderia e responderia com mais paciência se sua tia lhe perguntasse sobre o colégio, mas a tal irmã do seu pai só queria saber de namoradas.

Greg se desviou de todas as perguntas e mentiu ao dizer que não estava se sentindo tão bem, logo, aproveitou a deixa e correu para seu quarto.

Com seus parentes na sala Greg não teve receio em pegar uma lâmina e passar em seu pulso. Foi seu corte mais profundo em meses.

Ele viu o sangue pingar em seu tapete escuro, mas não se importou. Ele sentiu a dor do corte, mas não se importou. Naquele momento nada importava.

Greg só queria que a dor física ultrapasse a sua dor emocional.

O garoto só queria esquecer enquanto a dor estava intensa que ele não era tão "típico" ou comum assim. Greg só queria deixar de pensar, mas ainda não queria se matar.

Gregório nunca esquecera que seu corte mais profundo foi em um natal. Com sua família na sala. Enquanto seu pai, homofóbico e perfeccionista, comia como um animal. Enquanto sua mãe, submissa e frágil, assentia a tudo. Enquanto sua tia, metida e falsa, falava. Enquanto seus primos, mal educados e grossos, não faziam nada.

Greg também nunca iria esquecer o motivo pelo qual se cortou mais profundamente naquele dia de - infeliz - natal.

***

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Este é o porquê da minha morteOnde histórias criam vida. Descubra agora