Luigi tinha batido na porta e avisado que a roupa e toalha estavam no quarto, não entrou no banheiro, apenas bateu, avisou sem abrir à porta e saiu.
Meus amigos eram diferentes, mas não havia como eu falar, em hipótese alguma, que eles não me respeitavam e não me acolhiam, mesmo que eu, para eles, não estivesse sendo a melhor pessoa do mundo.
Quando eu e Tate saímos do banheiro, pingando tudo, tinha exatamente duas toalhas e duas mudas de roupa de Luigi para nós. Eu não tinha como saber se ele ouviu o choro de TT ou simplesmente supôs que eu precisaria de uma toalha e roupa também.
Tudo. Luigi tinha deixado de desodorante à cuecas, ainda com etiquetas, para nós.
Eu peguei a muda de roupa e me vesti no banheiro enquanto o enxugava com um pano de chão, deixando Tate vestindo-se no quarto.
Em menos de cinco minutos o banheiro estava enxuto, na medida do possível e eu e Tate estávamos vestidos.
Assim que saímos do quarto com as roupas molhadas em mãos, Peach apareceu nos fuzilando com seu olhar negro. Pensei que ela faria alguma piada de mal gosto sobre eu também trocar de roupa ou, pelo menos, sobre a roupa de Luigi ter ficado tão folgada em mim... Mas não. Peach apenas nos mandou colocar a roupa no varal e limpar o que quer que tivéssemos sujado no banheiro.
Não levei em um duplo sentindo, mas vindo de Peach não era pouco provável, mesmo que ela entendesse que Tate estava longe de seu melhor momento.
Com as roupas já no varal e o banheiro completamente enxuto, eu e Tate finalmente nos sentamos à mesa com Luigi e Peach.
Peach arqueou uma sobrancelha.
– Vocês estão esperando eu colocar a comida no prato para vocês? – e, com isso, eu e Tate nos levantamos à mesa rindo e pegando nossos pratos para nos servirmos.
– Podem colocar comida à vontade! – Luigi comentou depois de engolir uma garfada generosa – Nossos pais fizeram para nós porque estavam querendo nos mimar depois da notícia.
– Que notícia? – Tate perguntou de boca meio cheia e depois encarando Peach sorriu torto – Já sei: não é da minha conta...
Peach deu de ombros.
– Tudo bem. Não é grande coisa. Nossos pais vão se separar. Agora provavelmente estão arrumando a parte burocrática...
Tate colocou o garfo no prato e fez uma careta.
– Eu sinto muito. – falou mesmo que Peach tinha comentado fingindo pouca importância sobre o assunto – Quando meus pais anunciaram a separação foi um choque para mim.
– Eles conversaram com você antes sobre a separação? – Luigi indagou e Tate riu um tipo de risada sem vida.
– Conversar? Com aqueles dois? Quando digo "anunciaram" significa que um dia fui dormi com minha mãe em casa, quando acordei ela tinha ido embora.
Parecia que tinha sido ensaiado, mas, eu, Luigi e Peach enchemos nossos garfos e engolimos sem dizer nada por um momento. Ninguém esperava aquilo de Tate, nem aquela confissão, muito menos a forma como ele contava. Não parecia triste, tampouco parecia bem.
– E aí? – minha amiga quis saber apontando seu garfo para Tate – O que aconteceu quando você acordou e sua mãe não estava lá?
– Ela tinha me mandado uma mensagem dizendo para eu ligar assim que acordasse e eu sempre tive a mania de pegar o celular quando acabava de abrir os olhos, então, liguei para ela, supondo que ela estava no cômodo ao lado. Claramente ela não estava. Já tinha ido embora, me contou que tinha viajado para o norte ou nordeste, eu sei lá. Eu não fazia noção do que fazer, simplesmente fiquei na cama por horas.
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Este é o porquê da minha morte
Teen FictionQue tal começar um livro já sabendo o fim? Afinal, este é o porquê da minha morte.