O punho cerrado de Tate bateu, com força, em um de seus amigos. Pela sua atitude inesperada, seus três amigos, pararam de agir como trogloditas e encararam TT, como se ele tivesse acabo de anunciar sua sentença de morte. E provavelmente ele tinha: sua morte social.
Peach e Luigi arregalaram os olhos e o desconhecido ao meu lado franziu o cenho, não entendendo mais nada. Ninguém entendia mais nada.
Uma das garçonetes do Mate estava discando algum número no telefone fixo do estabelecimento, e gritou para nós:
– Estou ligando para polícia, seus delinquentes.
O bar estava de ponta a cabeça e algumas pessoas, que antes estavam próximas de nós, agora ou tinham ido embora ou estavam do lado de fora.
O Mate era um espaço relativamente grande. Porque, dentro dele, não havia tantas mesas assim. Algumas de quatro ou seis lugares, com cadeiras acolchoadas e em um estilo retrô. Era um local jovem, entretanto, o estabelecimento em si era inspirado nos anos 70 e 80. Em um estilo punk rock e uma meia-luz roxeada. Poderia ser considerado bizarro, mas não era. Era bem organizado e bonito.
Na parte de fora uma varanda de madeira era a primeira coisa que viam de fora do Mate. A varanda era enorme, com tantas mesas quanto na parte de dentro, embora em sua maioria mesas de quatro lugares.
Enfim, nesse momento, a parte de dentro estava apenas com sua luz amarela habitual ligada e com algumas mesas e cadeiras reviradas. Era impressionante como uma briga, aparentemente pequena, quebrava e bagunçava tudo a sua volta.
Senti a mão de Peach entrelaçar na minha e me puxar para sairmos correndo do Mate, com Luigi ao nosso lado.
No lado de fora vimos que o desconhecido que falava comigo tinha tomado um caminho contrário e ido embora.
Certo ele!, pensei. Eu não ficaria muito tempo atrás de mim, não depois de toda aquela confusão sem lógica.
– Cadê a merda de seus amigos? – Peach chiou, largando sua mão da minha e encarando Tate, que estava conosco.
Estranhei, mas não comentei nada sobre, apenas deixei de correr e decidi começar a andar o mais longe possível do Mate. Luigi acompanhou meu caminhar do meu lado enquanto um pouco atrás de mim estava Tate, e Peach, brigando com ele.
Olhei para trás rapidamente e vi TT dá de ombros.
A rua estava deserta. Andávamos na calçada com muitas árvores a nossa volta, fazendo assim, nós nos camuflarmos naturalmente. Os postes de luz estavam em cada metro, porém poucos funcionavam, deixando-nos no escuro.
– Acho que eles se mandaram. – a voz de Tate suou de maneira estranha, nem triste, nem feliz, parecia realmente sem humor.
– E por quê você não foi atrás deles? – Peach queixou-se.
– Deveria? Depois de socar um deles?
– Até parece que eles fariam algo com você. – Luigi disse entre suspiros.
Tate caminhou rapidamente e passou por mim, raspando seu ombro no meu e ficando na frente de Luigi de braços cruzados, andando de ré. Quis sorrir pelo quão idiota ele conseguia ser, mas segurei meu riso, sabendo que meus amigos não aprovariam.
Diriam eles que eu estava ao lado de TT... Eu estava? Eu deveria? Tate não havia feito nada comigo hoje, não diretamente ao menos. Pelo contrário. Ele bateu. Não por mim, mas, por quê mesmo?
Balancei minha cabeça espantando meus pensamentos e vi o sorriso de Tate surgir. Ele gesticulou para Luigi e Peach, que agora estava entre mim e seu irmão.
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Este é o porquê da minha morte
Teen FictionQue tal começar um livro já sabendo o fim? Afinal, este é o porquê da minha morte.