Tate sorriu antes de dizer:
– Você já está fugindo da resposta, Greg.
– Que resposta?
– O que lhe atraí? Responda sem pensar.
Não consegui deixar de pensar.
– Não sei. Coisas em comum, talvez.
– Coisas em comum? – Tate bufou – Que merda de resposta é essa? Quero saber do físico, viado.
– Você acabou de me chamar de "viado"?
– Isso é ofensivo?
– Claro que é! Não é porque eu sou gay que eu goste que as pessoas me chamem de "gay" ou seus derivados chulos.
Tate gargalhou e eu não consegui deixar de sorrir. Ele levantou suas mãos em sinal de rendição.
– Eu não ligo quando as pessoas me chamam de "derivados chulos". – rebateu.
– Quais "derivados chulos" as pessoas te chamam?
Ele parou para pensar e deu um sorriso safado.
– É, esqueça! Nem me diga. – revirei meus olhos.
– Porra, você enrola! Diz logo o que lhe atraí.
– Além da aparência, o caráter.
– E qual seria essa "aparência perfil"?
– Acho que alguém mais alto que eu, não pode ser mais novo que eu também e...
– Meu Deus! – Tate praticamente gritou aos risos – Você é passivo, não é?
Dei um soco leve nele.
– Você quer saber demais! – mas eu ria também.
Percebi que estar na presença dele meu riso saía fácil, sem forçar. Não que eu não desse muita risada, mas se fosse para contar, eu não ria tão facilmente há tempos.
Tate riu mais, tanto que deitou-se e segurou sua barriga com as duas mãos. Depois de alguns segundos, ele se recompôs, mas eu ainda ria. Ele suspirou e riscou algo rápido em seu caderno.
– O que você colocou aí? – questionei gesticulando para o caderno.
– Escrevi o que te seduz.
– E o que é?
– Só na segunda você vai saber. – e piscou – Acho que é hora de irmos, certo?
– Você não vai me dizer o te atraí? – questionei.
– Você sabe.
– E o que seria? – franzi o cenho.
– Mulher. No geral.
– Só isso? Sem um tipo?
Tate me encarou sério e sorriu torto.
– Sem tipo.
– Escreverei algo melhor que apenas "mulher".
Ele guardou seu caderno em sua mochila e se levantou, deixando a alça da mochila em um só ombro.
– Escreva o que você quiser. – Tate me estendeu a mão para me ajudar a levantar e eu aceitei, enquanto passava as alças de minha mochila por meus braços.
O contato de nossas mãos foi diferente. Não somente intenso ou quente. Havia sido praticamente íntimo. Era como se eu, naquele instante, tivesse conhecido um pouco mais de Tate Trindade e pegar em sua mão fosse algo maior do que realmente era.
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Este é o porquê da minha morte
Teen FictionQue tal começar um livro já sabendo o fim? Afinal, este é o porquê da minha morte.