29 - Cortar a lâmina

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Capítulo intenso!

Esqueci de agradecer antes pelos mais de 60k <333 Obgggg


***


Como já havia comentado antes com minha mãe, antes de ajudá-la com a preparação do jantar fui tomar meu merecido banho. Joguei minha roupa suja embolada no chão de meu quarto e deixei meu celular sobre minha cama, enrolado na toalha saí do quarto para o banheiro.

Se fosse outra época eu não faria isso, contudo, não queria pensar sobre antes.

Tomei meu banho em menos de dez minutos e em menos de quinze já estava vestido e levando para o andar debaixo minhas roupas sujas e toalha. Meu celular permanecia em meu quarto.

– Você começou sem mim! – passei por minha mãe na cozinha enquanto levava minhas roupas sujas e toalha para a área da lavanderia.

Minha mãe já estava de frente para o fogão.

– Queria adiantar, mas ainda falta muitas coisas. – ela respondeu.

Joguei minhas roupas dentro da máquina e minha toalha presa a um pequeno varal.

– Estou pronto para começar! – falei arregaçando apenas um pouco minhas mangas compridas.

Minha mãe olhou para mim, mais especificamente para meus braços, no entanto, ela não disse nada, apenas levantou seus olhos para os meus e assentiu.

Finalmente comecei a realmente ajudá-la.

☄☄☄

Comemos sentados no chão da sala com as costas grudadas no sofá. A televisão não estava ligada, sendo assim, o único som audível era de nossas mastigações. Em outro momento eu diria que aquele som era irritante, mas, no atual, não era. Era o som mais estranho de paz.

Às vezes, parávamos de comer para falar a coisa mais aleatória possível, como "como esse tapete é marrom-morto!" ou "devemos trocá-lo" ou "tenho vontade de comer com a mão" e "então come!".

Não, eu ainda não estava comendo com a mão, era apenas uma coisa diversa que eu dizia sem um propósito especifico.

– Você deveria chamar seus amigos para um almoço ou jantar aqui, qualquer dia. – minha mãe me disse quando já estávamos no fim de nossa refeição.

Quase a ouvi dizer "sem pressão", mas eu entendia que era sua forma delicada de dizer que queria conhecer mais de perto meus amigos.

Deixei meu garfo no prato e continuei a segurá-lo com uma mão, quase como um equilibrista.

Virei apenas minha cabeça para olhar para minha mãe que estava a mais ou menos dois ou três palmos de distância de mim.

– Quais? Peach, Luigi e Tate?

Ela acenou e deixou seu garfo cheio no ar para completar:

– A moça que trabalha no veterinário também... Mila, não é isso?

– Sim, Milady, na verdade. – foquei minha visão em minha mão equilibrando o prato – Acho que a mãe dela também viria se eu chamasse.

– A mãe dela? – percebi a surpresa na voz de minha mãe – Isso seria ótimo! – não a olhei, estava um tanto quanto envergonhado pelo rumo de nossa conversa, afinal, nunca tínhamos sido tão íntimos, meus amigos passavam longe do conhecimento de minha mãe – Foi na casa dela, de Milady, que você ficou naquela noite, não foi?

Este é o porquê da minha morteOnde histórias criam vida. Descubra agora