9 - Não era vergonhoso

33.2K 4.1K 2.5K
                                    



O som de meu velho celular estava no máximo, deixando assim meus fones abafarem – quase – todo o barulho do mundo. Mas mesmo com meus fones ultra altos, eu ouvi o som de um bater repetitivo em minha janela.

Era uma cena bastante clichê e pensei rapidamente que fosse Peach, mas, ao me levantar, jogando meu fone e celular na cama, abrir a janela vi que estava redondamente errado.

– O que você está fazendo aqui? – chiei para Tate.

Minha casa era pequena, mas meu quarto era no andar de cima. Dizia meu pai que era uma forma de economizar terreno.

– Vou subir! – Tate rebateu como se eu não tivesse dito absolutamente nada.

– Você não é o Edward!

Sacudi minha cabeça e abri mais as janelas, mas voltei a deitar na minha cama, dessa vez com os fones e celular na beirada da mesma. Não queria ver a cena ridícula de Tate tentando escalar a parede de minha casa.

Deixei meu braços embaixo do travesseiro elevando minha cabeça e escondendo meus braços, já que naquela tarde eu vestia uma camiseta.

Sim, uma camiseta! Afinal, achava que ninguém viria me ver e muito menos escalar minha casa – ou tentar –.

Ouvi uns resmungos e pedidos de ajuda de Tate e encarei minha janela de tamanho médio rindo.

– Me dá uma mão aqui! – Tate falou.

– Não. – mas eu já me levantava outra vez.

Quando estava preste a estender meu braço para ele, o próprio se apoiou com ambas as mãos na janela e entrou, caindo no chão.

Eu ri.

– Como você conseguiu escalar isso?

TT me fuzilou com o olhar enquanto se levantava.

– Tenho muitas habilidades, Greg. – e assim deitou-se em minha cama, depois de dobrar meu travesseiro no meio.

O encarei abrindo e fechando a boca, sem achar palavras suficientes para xingá-lo ou falar qualquer coisa que fosse.

– Quê? – ele argumentou quando percebeu meu olhar de nada, em pé, ao lado de minha cama.

– O que você está fazendo? – gesticulei para seu corpo rebaixando minha humilde cama.

– Estou deitado.

Revirei meus olhos.

– Isso eu sei! O que diabos você está fazendo em minha casa? – sussurrei.

Antes de Tate responder, caminhei apressadamente para à porta vendo se a mesma estava trancada.

Coloquei meu ouvido na porta, com medo de que minha mãe tivesse chegado em casa, mas a casa continuava no silêncio.

Como ainda era tarde nem meu pai, nem minha mãe tinham chegado do trabalho. Minha mãe, hoje, chegaria no fim da tarde e meu pai à noite. Eu, definitivamente, não estava contando às horas para à chegada de nenhum dos dois.

Depois de me sentir um tanto quanto aliviado por constatar que estava sozinho voltei ao lugar que estava, em pé, perto da beirada de minha cama.

TT parecia que estava esperando eu parar de me mexer para falar:

– Precisávamos conversar. Não queria que você tivesse me entendido mal.

Arregalei meus olhos.

Este é o porquê da minha morteOnde histórias criam vida. Descubra agora