18 - Lixo Tóxico

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Infelizmente este capítulo foi baseado em uma história real, que ouvi de um amigo. Está meio pesado, mas será necessário para o decorrer da história.

Na multimídia vídeo do canal "Põe na Roda": E SE FOSSE COM VOCÊ? (Por que criminalizar a homofobia?)

Sobre a mãe de Greg: não se preocupem, ela não será tão passiva para sempre. Haverá espaço para ela no futuro deste livro também.

E o TOP comentarista vai para... @Geani90 e @MadiNWriter <3

Este capítulo será dedicado a Geani e o próximo para Madi, (não há como dedicar as duas). Porém, todo mundo que comentou, e até aquelas que voltaram aqui para pedir atualização, merece o meu MUITO OBRIGADA <3


P.S.: comenteeeeem sempre! Faz o livro subir no ranking e assim espalha esta história para mais pessoas.


***


Eu percebi a tensão no corpo de minha mãe, porém, me arrisquei em me ajoelhar à sua frente e a abracei pela cintura. Surpreendentemente ela envolveu seus braços em meu pescoço e aquele foi provavelmente o nosso primeiro abraço sincero.

Sua tensão ainda era sentida, mas, ao me abraçar, ela parecia começar a relaxar.

– Isso não é certo! – ela sussurrou – Isso não é natural!

Suspirei, cansado de já ter ouvido aquilo antes. Muitas outras vezes.

"Homem com mulher. Mulher com homem". O resto era "antinatural".

Infelizmente algumas pessoas não entendiam que "antinatural" era fazer o mau, era machucar, era matar, era estuprar, era ser preconceituoso, por exemplo. Eu não era "antinatural" ou menos humano por ser gay. Eu era apenas gay. Quão difícil era entender isso? Quão difícil era respeitar à vida alheia?

– Mãe, nada muda em mim por isso. – falei, sem levantar minha cabeça de seu colo – Ainda sou seu filho.

Senti uma de suas mãos subir e descer pelas minhas costas. Talvez ela estivesse processando o fato de que eu era totalmente normal.

– Você... você tem alguma doença, não é? – era o momento que eu deveria me afastar dela, mas, aos poucos, eu entendia que minha mãe não era homofóbica, era ignorante.

Não ignorante por ser burra, mas ignorante por não ter as mínimas informações sobre orientações sexuais.

Como eu a culparia se ela ouviu dos pais que ser "diferente" (diante dos parâmetros deles) era ser anormal?

Como eu a culparia se ela cresceu ouvindo que a AIDS era um castigo de Deus aos homossexuais?

Levantei minha cabeça, a olhando fixamente e já balançando minha cabeça, negando.

– Não mãe, eu não tenho doença nenhuma.

O cabelo dela estava solto e ela afastou suas mãos de mim para colocá-lo atrás de suas orelhas, em um movimento rápido. Parecia ser sua forma de ganhar tempo para pensar.

Eu estava entre suas pernas e senti seu corpo inteiro relaxar quando ela suspirou.

– Eu já imaginava... – ela finalmente revelou e seu olhar parecia um misto de sentimentos.

Este é o porquê da minha morteOnde histórias criam vida. Descubra agora