Por quê, pai?

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  Sua cara não era nada boa quando eu entrei no quarto. Eu sabia que ela ainda não queria falar comigo e sabia também que seria difícil para que ela digerisse tudo aquilo, já que ela queria estar no meu lugar. Literalmente. Eu me aproximei e me sentei na ponta de sua cama.

— A culpa foi minha, fui eu que fiz isso com você. — Eu abaixei a cabeça quando percebi minha voz embargar e sentir meu olho cheio d'água.— Eu que fiz você voltar a se machucar, eu estou me sentindo um lixo! Me desculpa por tudo que te fiz passar, mas é a minha felicidade.

— Sua felicidade é a minha infelicidade.— Ela disse ríspida. Eu deixei minhas lágrimas caírem mas as enchuguei rápido, eu também não sairia por baixo, ela também estava errada.

— Ellen, você é fã ou uma psicopata? Porque você odeia todas as garotas que ele fica.— Ela suspirou.

— Sofia, eu to de boa! Vou pra reabilitação, vou ficar lá por uns meses, mas isso não quer dizer que eu vou apoiar o namoro de vocês, essa é a minha decisão e minha opinião! Eu não estou nem ai pro que você pensa ou deixa de pensar sobre ela. — Eu Suspirei.

— Tudo bem. Só não quero que fique puta comigo pro resto da vida.

— Vou continuar sendo a mesma irmã de sempre, mas não chegue perto de mim quando for falar sobre o namoro de vocês dois.

— Como quiser. — Tentei me recompor. — Quando vai pra reabilitação?— Perguntei tentando mudar de assunto.

— Amanhã bem cedo.

— Vou estar na escola.

— Não tem problema. Justin está ai?

— Está sim, quer que eu chame ele?

— Não, não deixe ele vir aqui, estou acabada.— Ela dizia enquanto passava a mão em seus cabelos.

—Tudo bem. — Dei um sorriso sem vida e me levantei para sair de seu quarto. Era difícil, mas aquela conversa era necessári.

— Sofi, já vou pra casa. — Justin disse assim que eu cheguei na sala, ele se levantou.

— Mas já? — Não estava contente com a situação, sabe-se lá quando eu o veria novamente.

— Tenho coisas pra resolver, vou voltar pros palcos em pouco tempo. — Ele se despedia dos meus pais.

— Vou te levar lá fora. — Meu tom era de desânimo. Caminhei até seu carro e antes de chegarmos lá, ele me puxou pela cintura e fez nossos corpos se colarem.— Tem mesmo que ir?— Justin suspirou.

— Eu preciso ir, mas assim que der eu venho te ver ou te busco no colégio.— Enquanto dizia ele roçava seu nariz no meu.

— Promete?— Ele assentiu. Ficamos em silêncio por segundos. Justin levou sua mão até minha nuca e roçou nossos lábios. Encaixei meus lábios nos dele e iniciei um beijo calmo. Nunca imaginei que estar com ele me faria sentir tantas coisas boas ao mesmo tempo. — Por mim ficaria aqui com você, na verdade eu ficaria o resto da minha vida. — Ele disse depois que terminamos o beijo. Aquilo fez meu coração disparar. — Mas os deveres me chamam. Eu preciso ir.— Enquanto ele falava, alguns paparazzi's fotografaram a gente. Eu respirei fundo, agora eles sabiam onde eu morava. —Vai precisar se acostumar com isso.

— Vou me acostumar. — Dei um sorriso sem vida.

— Mas sério, agora eu vou. — Ele se afastou de mim e destravou as portas do carro, ele me mandou um beijo pela janela e eu sorri.

Depois que o carro saiu, eu voltei para casa e me joguei no sofá. Minha mãe estava na cozinha e meu pai foi para o escritório resolver algumas coisas de seu trabalho. Meu pensamento era único, queria saber o que seria daqui para frente. Eu tinha quase certeza que meus pais não me deixariam viajar o mundo com ele e por mais que eu fosse independente, provavelmente meus pais não deixariam.

From Hell To Heaven [SENDO EDITADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora