Capítulo 22

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Luke ri um pouco, como se estivesse acabado de ouvir uma piada, e olha para mim.

-Sempre argumentando e negociando. Tudo bem. Você pergunta o que quiser, e a gente responde. - Luke sugere e concordo.

- É uma boa ideia, mas ela acabou de acordar de um desmaio e já falamos demais. E amanhã temos que partir antes que nos achem. - Ana diz.

Partir para onde? E "nós" incluia quem necessariamente? Queria e precisava das respostas agora. Como acreditaria em tudo aquilo se não as obtivesse?

- Não. Estou bem e quero explicações, preciso de explicações. - digo, e minha cabeça volta a latejar, levo à mão ao calo recém formado em minha testa, e como doía.

- Viu? É melhor descansar, tome mais alguns analgésicos e amanhã cedo a gente conversa. - Ana continua. Pensando melhor, é o mais sensato a se fazer. - Ótimo, você pode dormir lá em cima comigo e Luke dorme no sofá. Luke, você faz a vigia primeiro?

- Sim. - ele afirma.

-Vigia? Por quê? - pergunto. Em qual grau de risco estamos? Penso.

- Eu disse que responderia as perguntas amanhã. - Ana lembra. - Vamos. - ela me puxa pelo braço e vamos em direção à escada. Olho para trás para ver se Luke ainda estava na sala, mas ele já havia saído.

Ana prepara uma cama para mim e me entrega um travesseiro e alguns analgésicos com uma garrafa de água. Tomo-os sem hesitar e deito.

Durmo em questão de minutos por causa dos analgésicos. Um sono leve e longo. Que me prendia como uma névoa densa, me puxando para baixo.

______________

Acordo de manhã e estranho o fato de não ter tido nem um sonho. Ana já havia acordado e o sol começava a nascer, levanto e desço as escadas a sua procura.

Não havia ninguém em casa, e a mesa da cozinha estava abarrotada de papéis. Mapas, noto, e alguns com anotações nas extremidades. Ainda não sabia exatamente o que aqueles mapas significavam, mas me parecia que alguém estava bolando uma estratégia de fuga, uma fuga em que eu não faria parte, penso.

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