Capítulo 12

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Meu cérebro me dizia para não escutar uma palavra sequer de Ana, mas algo em mim me dizia para perdoá-la, e que, apesar de tudo ela realmente era minha amiga.

A curiosidade me corroía, não podia evitar.

-Do que você está falando? - finalmente pergunto.

Ana olha para mim nervosamente, ela queria falar mas parecia que não conseguia, ela parecia tentar, mas não conseguia.

-Você vai descobrir em breve. - ela diz.

Já estamos chegando na cidade, já estava mais aliviada, mas ainda preocupada com a resposta que obtivera de Ana, que me deixara na porta de casa e depois saira às pressas sem dizer sequer uma palavra.

Entro em casa e ouço um barulho estranho vindo da cozinha, meus batimentos cardíacos se aceleram, era impressionante o modo como eu tinha medo de quase tudo. Poderia ser Rose, é claro, o pensamento me acalma e vou até lá.

Era mesmo Rose, como sempre atrapalhada com as panelas, sua expressão mudou quando me viu, parecia alerta e ao mesmo tempo assustada, assim como Michelle havia ficado na escola.

-O que aconteceu? - pergunto.

-Por que chegou mais cedo? - ela rebate.

Rose parecia um pouco fora de si, não sabia se podia confiar nela plenamente...NÃO! O que eu estava pensando! É claro que eu posso confiar nela, é minha tia, a mulher que me criou desde pequena. Já estava ficando louca com tudo aquilo, o melhor era contar tudo para Rose.

-Aconteceu uma coisa muito estranha, estou com um pouco de medo, não sei o que pode acontecer. - me sento e abaixo a cabeça, era tudo muito frustrante, as palavras de Ana não saíam da minha cabeça.

Rose não diz nada, o que me deixa mais preocupada, ela não conseguia ficar calada e no entanto...

-Eu estava na escola e então a polícia chegou e uma menina disse que eu tinha que sair de lá e então me levou para um lugar longe e... - levanto a cabeça e vejo que Rose não estava mais lá.

Subo as escadas e a vejo remexendo as gavetas ferozmente e retirando tudo que havia ali dentro numa velocidade incrível.

-O que você está fazendo?

O grito que dei não pareceu assustá-la, não sabia se ela estava procurando algo ou fazendo as malas.

-Arrume-se, vamos nos mudar, depressa. - ela diz com uma voz cortante.

Sem LimiteOnde histórias criam vida. Descubra agora