Capítulo 17

38 10 3
                                        


-Ana... Pensando bem... Acho que vou voltar para casa. De repente Rose já tenha voltado. Eu sou muito medrosa. - tentei - Desculpa te incomodar. - dei alguns passos para trás, tentando chegar a escada.

- Você é muito previsível sabia? - ela disse se aproximando de mim lentamente enquanto o que eu mais queria era me afastar. - Escuta, sei que está com medo porque eu te enfor... Quase te enforquei e porque você não ta vendo nenhuma alma penada ao redor mas você precisa manter a calma tá legal? - ela levanta as mãos, como que se rendendo, mas continuou se aproximando.

- Eu não estou nervosa. - falei, e logo depois saltei escada abaixo, me dirigindo à porta o mais rápido que eu conseguia.

Até que sinto uma forte apunhalada na cabeça e depois tudo escureceu. Como doía.

Inconsciência. Punhaladas na cabeça, parecia que alguém estava fincando pregos em cada espaço do meu crânio.

Escuro. Sons distantes.

Tudo parecia distante. Até que chega um sonho.

Uma sala branca. Alguém no canto com uma camisa de força, abatida, parecia derrotada, mas com um olhar que poderia facilmente matar qualquer um. A garota se vira lentamente, alguém abrira a porta.

Não. Não era uma garota. Sim, era uma garota, mas não uma qualquer, ou uma garota desconhecida. Era... Eu.

Em uma camisa de força. Como uma louca. Derrotada. Sozinha. Desolada.

-Vá embora, por favor. - ela disse baixo. Ela? Eu? Não sabia dizer, sim tinha minha aparência, meus olhos, meus cabelos, mas não poderia ser eu.

- Tudo bem. - a pessoa que abrira a porta disse, mas eu não conseguia vê-la.

Tudo tinha se desmanchando, e aquela dor terrível havia voltado. Só que agora eu escutava uma voz. Ana. O que tinha acontecido afinal? Abro um olho e depois outro. Estava em uma cadeira reclinável, com um travesseiro macio demais na cabeça.

- Você acabou dormindo. Chegou e capotou aí. Acho que estava mesmo cansada, não é? - a menina ruiva disse, com um rosto... Amigável? Difícil dizer.

-Sério? - disse ironicamente, sabia muito bem que eu não tinha dormido, porque minha cabeça latejava - E como explica o galo que provavelmente tem na minha cabeça?

Seu rosto se contorceu, mais logo depois ela sorriu. Era difícil decifrar todas as expressões dela. Era quase...bipolar.

-Esperta! - ela riu e se sentou de frente para mim - Vai doer, mas daqui uns cinco analgésicos passa.

- O que aconteceu afinal? - pergunto.

- O que eu pensei que você faria... Você, minha cara Cora - ela riu com o trocadilho- Tentou fugir! De mim ! Dá pra acreditar?

- Não. - fugir do que afinal? Resolvi provoca-la - Na verdade dá sim. Você não é muito normal, assusta as vezes.

-Quer a verdade? - Ana levanta uma sobrancelha.

-Por favor ó nobre dama.

Ana balança a cabeça negativamente. Parecia desapontada, mas como sempre fazia, logo sorriu.

- Acho que você ficou desconfiada porque não tinha ninguém em casa e por causa do quase, eu disse quase, enforcamento. Aí você pulou e deslizou escada a fora e bateu de frente com a porta.

-Com a porta? Espera, acho que não sou tão idiota assim. - será? Mas justo com a porta? Nunca fui boa em correr.

- Não, só um pouco. Uma pessoa abriu a porta bem na hora que você ia sair e ai boom! Colisão de Cora e a porta! E a porta vence a luta! Deixando a pobre Cora inconsciente! - ela narra, levantando as mãos e fazendo gestos dramáticos como se estivesse narrando uma luta.

- Quem?

- Quem o que? - ela pergunta confusa.

Sem LimiteOnde histórias criam vida. Descubra agora