Capítulo 21

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Tudo em que eu acreditava, ou o que eu era tinha sido mentira. Quem eu era afinal? Naquele momento me senti vulnerável, como se pudesse ser aberta e remexida, como fazem com uma maquina. Mechem nela quando querem. E se eu entendi bem esse imbecil ato heroico não resultou em nada já as pessoas estão de alguma forma morrendo. O que mais me deixava intrigada era não saber quem era capaz de fazer aquilo, quem era cruel o suficiente para fazer aquilo.

Me lembrei novamente de Rose. Se Ana e Luke sabiam tanto, talvez soubessem algo sobre seu suposto desaparecimento.

- Já que vocês sabem de tudo isso... Vocês sabem algo sobre o desaparecimento de Rose? - espera, mas se eu... - Ela é minha tia mesmo? Eu tenho pais? Meu nome é mesmo Cora? Então essa vida que eu estava vivendo era de outra pessoa? - as perguntas invadiam minha mente, procurando avidamente respostas, as quais eu ainda não tinha.

- Eu não sei onde Rose se encaixa nesse quebra cabeça mas não... Possivelmente ela não é sua tia. E seu nome é mesmo Cora. Cora Victoria Allen. E você não estava "vivendo a vida de outra pessoa", como que a substituindo, você só estava tendo uma vida normal. Agora fica calma, é muita informação.

Me acalmar como? Queria explicações, fatos, provas... Queria saber de tudo, e o mais rápido possível.

- Tudo bem. Me explique só mais uma coisa. O mundo está diferente de que forma ? - era melhor fazer uma pergunta de cada vez e absorver as resposta para refletir mais tarde.

- As pessoas daqui não vivem como você imagina Cora, elas não tem um presidente, mas provavelmente você pensa que sim. Mas não. Aqui ninguém manda, pelo menos não literalmente. Entendeu? - Ana pergunta, e faço que sim. Bom, pelo menos isso eu entendi, mas se não á um governo, como as pessoas vivem?

Abro a boca para fazer mais uma pergunta, mas Ana levanta o dedo pedindo silêncio. Espero que ela diga algo, mas ela apenas se concentra em escutar alguma coisa que não consigo identificar. Um zunido talvez, não conseguia distinguir.

- O que é? - pergunto finalmente. Ana contrai uma careta, mas depois a suaviza, como que se lembrasse de algo.

- Nada. Por enquanto nada. - ela diz e olha para Luke que esta olhando para um ponto fixo no chão.

- Tenho muitas perguntas, será que vocês podem me explicar mais? - peço.

Os dois se entreolham e sorriem, parecendo terem conseguido o que queriam.

- Então confia na gente? - Ana diz e sorri.

Fico em silêncio. Não sabia ao certo se confiava ou não em Ana. E conhecia Luke a apenas alguns minutos, sei que eles já me conheciam, mas para mim, nesse momento de pós choque, eles eram meros desconhecidos.

- Então...? - Luke insiste.

- Não sei. Quero respostas, depois que as tiver quem sabe eu não deposito um voto de confiança. O que aliás é pedir demais, já que teoricamente acabei de conhecer você, e Ana quase me enforcou. - digo, deixando transparecer minha raiva.

- Quase. - Ana lembra.

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