Capítulo 32

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Por sorte é a de Ana, e ela não para de disparar até ter certeza que aquela abominação está morta.

   - Mas que droga Cora! - ela grita - Por que tá me olhando assim? Um "obrigado" já basta pra mim. - e sorri em seguida.

Eu nunca saberia quando ela estaria realmente brava, tirando o dia em que me enforcara, Ana sempre fora bipolar em seu humor.

  - O que aconteceu? Ouvi vários disparos. - Luke pergunta se aproximando.

  - Agora que você chega Luke? A esquecida aí quase ferrou a gente. - Ana diz apontando para o que alguns segundos atrás eu pensara ser um cachorro.

  - O que é isso? Como... De onde veio aquilo? - Apenas aponto para trás, sendo uma máquina ou animal, eu não queria olhar.

  - Ah, que droga, agora sabem onde estamos, vamos embora. - Luke  diz já se virando para a velha caminhonete de Ana.

  - Ei, vocês dois, ninguém vai me dizer o que acabou de acontecer aqui? - pergunto seguindo os dois.

Luke olha para Ana e depois para mim, refletindo se deveria contar ou não.

  - Eu já disse que não vou ficar explicando Luke. Se vira. - Ana diz já ligando o carro e saindo do fundo da pequena cabana.

Encaro Luke , esperando ele dar alguma explicação. Depois de alguns segundos em silêncio, ele suspira e se vira para mim, sustentando meu olhar.

  - Olha, sei que essa coisa de perda de memória deve ser uma droga pra você, e a gente - ele aponta para Ana, que solta um grunhido. - Eu - Luke revira os olhos - vou te explicar tudo o que você quiser saber, é só você ter um pouco de paciência. Agora, aquela "coisa", não era um animal e sim uma máquina estranhamente parecida com um animal, e a função dela é localizar, avisar e se necessário, atacar. Ele provavelmente estava nos procurando, e atacou quando viu Ana sacar a arma. E não é culpa sua, você só não sabia, é uma questão de tempo sabe? Não ia demorar muito até nós esbarrarmos em um desses, ainda mais que esses modelos novos podem se transformar em qualquer coisa. Esse foi um cachorro fofinho, talvez porque você gostava de cachorros, não sei, mas resumindo: são feitos para localizar.

  - Satisfeita? - Ana pergunta levantando uma das sobrancelhas.

  - Na verdade não.Mas terei paciência. - digo olhando para Luke, que dá um leve sorriso de lado.

Depois de algumas horas na estrada, me acostumo com o silêncio e com o ronronar da caminhonete de Ana, que era reconfortante. Tantas coisas haviam acontecido ao mesmo tempo que era difícil identificar o que havia sido sonho e o que era real, tudo se misturava em um imenso vórtice em minha cabeça, e a única coisa que eu queria era saber mais, sobre tudo e principalmente sobre mim, nada mais importava. Achar quem estava por trás das viagens interdimensionais, e fazê-lo pagar por todas as vidas era parte do plano, e parecia condescender com os planos de Ana e Luke.

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⏰ Última atualização: Jan 20, 2017 ⏰

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