Não me lembro de estar ali em em algum momento do passado ou de ao menos ter visto fotos ,ou de ter ouvido falar dessa escola. A não ser Rose falando o tempo todo do lugar, mas mesmo assim, tudo me era familiar demais, alguns professores eu não reconhecia, mas Márcia, a professora de matemática me era muito familiar. Não faço ideia de onde, achei que nunca a tinha visto em minha vida, até ela encontrar meu olhar sobre ela durante a aula, não disse nada, apenas olhei para o outro lado.
Deve ser coisa da minha cabeça, se já estivesse ido ali, certamente lembraria, e também me lembraria das pessoas, pelo menos uma.Não queria me mudar, é isso.E agora meu subconsciente está tentando inventar uma realidade mais interessante e convidativa.Balanço a cabeça negativamente, me negando.
-Não concorda?-pergunta a professora, me tirando dos meus pensamentos.
-Não.- ela ergue a sobrancelha -Não...Quer dizer, sim.Eu concordo com o que está dizendo, me desculpe.- digo apressadamente.
A maior parte da sala estava me encarando, o que não é muito agradável.Essa é a hora certa para correr?
Parece que o tempo estava a meu favor, pois o sinal bate em questão de segundos e pego minhas coisas e vou para fora da sala.Coloco os livros no armário e vou em direção a saída.Ouço Ana me gritando e paro para esperá-la.
-Não quer carona? - ela balança a chave do carro.
Faço que sim e a sigo em direção ao carro.
É uma picape Chevy azul desbotada bem antiga.
-Gostou do meu possante? - ela ri e entra.
Abro a porta e subo.
-É um belo possante, cuidado, não corra muito, se não alcançaremos a velocidade da luz - rio e ela liga o carro e vai em direção à rua.
-É estranho sabe...Então, onde você mora? - tento puxar assunto.
-O que é estranho? - ela faz uma careta.
-Não sei.Eu acabar de te conhecer e já estar abusando da sua boa vontade de me dar carona?
-Ah.Isso.Não se preocupe,não está abusando.Eu que te ofereci carona lembra?Não tenho muitos amigos sabe...Estou tentando ser legal.
Ana parecia perdida, olhava para rua calma, refletindo sobre algo não tão distante.
-Você não precisa tentar ser legal - tento anima-la.Ana sorri, voltando a si depois de alguns minutos de reflexão.
-Acho que sou eu quem deveria saber onde você mora.Afinal eu sou a motorista.
-Também acho - começo a rir.
Ana é impossível.A conheço a poucas horas e parece que somos amigas de longo prazo, deve ser o jeito dela. Mas e se...Não, não, tenho que esquecer isso.
-Então...- Ana pergunta se virando para mim.
-Sabe que eu não sei exatamente? Sei que é perto de uma loja de sovenirs, sabe onde é?
Ela pensa um pouco.Depois vira e entra em uma longa avenida e vira duas ruas à direita.
-Sei, é dois quarteirões depois da minha casa, já estamos chegando- ela diz, soando um tanto orgulhosa.
Alguns segundos se passam e ela para o carro em frente a minha nova casa.Pequena, com a pintura desbotada, com uma cor que deveria ser vermelho à alguns anos atrás, era aconchegante. Tiro o cinto de segurança e olho para Ana, que estava esperando que eu saísse.
-Obrigado pela carona Ana. - agradeço, tinha me poupado uma boa caminhada.
-De nada - ela sorri.
Desço e fecho a porta, aceno para Ana, que faz o mesmo.
Quando já estou perto da porta, escuto uma buzina vinda de trás de mim e me viro.Ana acenava para que eu voltasse.Parecia com pressa, então corro até lá.-O que foi?Tudo bem? - pergunto.
-Nada... Quer carona amanhã? Sabe o ônibus demora um pouco a passar, meu carro é velho mas, se você quiser.Mas se não quiser tudo bem também.
Finjo pensar no assunto enquanto ela não para de olhar para os dois lados da rua.
-Claro, obrigado. A que horas você sai? - ela ainda estava eufórica, mas sorriu.
-Passo aqui às seis, pode ser? - ela sugere.
-Claro, pode sim.Até amanhã. - aceno novamente e Ana arranca o carro e sai.
Fico observando o carro sair e virar uma esquina à duas quadras à frente.
Ana é legal, até demais, nunca fui acostumada a ter uma amiga, deve ser assim. A menina ruiva, de cabelo curto e tamanho médio seria uma boa companhia.
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Sem Limite
Science FictionLivro original (NÃO É FANFIC). Plágio é crime. Após perder sua memória,Cora é mandada para uma terra que lhe parece conhecida.Ao encontrar Ana começa a descobrir suas verdadeiras raízes.