Anjos na escuridão

"30"

Estava na porta da casa de Lucy, tentando me convencer de que era o certo a fazer... por que sem ela, sinceramente? não estava dando.

Uma semana havia se passado após o meu pequeno contra tempo com Leinad, não havíamos nos visto desde então, e eu preferia que fosse assim.

Bati na porta, antes que meu cérebro tivesse tempo para desistir. Por sorte, foi Lucy quem atendeu.

- O que você quer? - ela disse séria, mas notei que ela estava feliz por me ver.

- quero minha amiga de volta...

- pensei que não fosse dizer nunca! -Disse, meio séria e meio brincalhona.

- amigas de novo? - perguntei?

- fazer o que né?

Abri os braços e a puxei para um abraço, o cheiro de Lucy me invadiu, e eu senti um alivio imenso por tê-la comigo. De repente, eu já não estava mais sozinha. Eu tinha Lucy, tinha tudo.

- Quer entrar? - ela perguntou num tom descontraído.

- na verdade só vim por que minha mente estava me torturando, precisava vir te pedir desculpas... mas estou atrasada...

- atrasada para quê?

Eu havia marcado de almoçar com John, precisava contar a ele sobre Mary... Eu não estava em posição de esconder mais nada, como eu dissera varias vezes, não se tratava de mim, e sim de uma raça inteira. E isso é muita coisa.

- vou almoçar com John...

- vou querer saber mais sobre isso?

- provavelmente não. - sorri - preciso ir.

- passa aqui novamente hoje a noite?

- claro... filme ou série?

- talvez os dois.

- ok.

Estava frio e o vento fez meu cabelo voar assim que passei pela porta do restaurante. John estava sentado sozinho, analisando o cardápio atentamente, ele parecia um misto de sofisticado com rustico, e sua aura de culto o tornava ainda mais "chamativo".

- Oi John. - falei ao me sentar na cadeira no lado oposto da mesa.

- olá... não consigo decidir entre canelone de quatro queijos e Sushi.

- canelone com certeza... - disse de imediato, me lembrando do quanto odiava trabalhar com Sushi's.

- ok. - John concluiu colocando o cardápio sobre a mesa - pode começar... o que Mary fez?

-como sabe que eu vim para falar dela?

- sou seu pai... sei de tudo.

-hum. - suspirei - vai pedir?

- vai querer o mesmo que eu?

- pensei que soubesse de tudo.

- engraçadinha.

Rimos.

- sim... vou querer o mesmo.

- tudo bem... agora me diga - ele deu um leve sorriso - o que ela fez?

- Disse que sabia sobre Daniel, e queria me encontrar. Eu estava prestes a cometer um grande erro, eu sei, mas Leinad apareceu e me impediu. Nem sei o que teria acontecido se não fosse por ele.

- Precisa pensar em suas ações Analu... você sabe que é preciso tomar cuidado.

- eu sei... tem toda razão. Desculpe.