"32"

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Passei pela grande porta de entrada, Leinad se jogou no sofá e acenou para que eu fechasse a porta, a casa parecia vazia, já que um silêncio pairava por lá.

- onde está sua família? - perguntei.

- estão viajando, voltam logo.

- logo quando?

Ele revirou os olhos e sorriu.

- logo... não vai se sentar?

- quero ir para casa. - respondi de imediato.

- ok... que tal fazermos um acordo?

- Qual acordo?

- Você se senta aqui e fica quietinha até que seja seguro sair, e eu lhe conto coisas sobre mim.

- que tipo de coisas sobre você? - perguntei, tentando parecer desinteressada.

- o que você quiser saber... - disse ele sorrindo.

- Dominic e John estão em perigo?

- nem perto disso.

- ok.

Andei ate o sofá bufando, me sentei o mais longe possível de Leinad e o encarei por um momento.

- Você é um demônio? - perguntei.

- Nossa... direta. - ele sorriu - acredite se quiser, mas sou um anjo.

- Um anjo... ok... então... - respirei fundo, se Leinad era um anjo estava tudo bem, certo?

- então...?

- Me fale sobre o céu.

- Ah... ele é azul, há nuvens e...

- Idiota! - disse o interrompendo - como é lá em cima? como funciona?

- certeza que quer falar sobre isso? há tantos assuntos melhores...

- vamos Leinad, fale.

- Não importa o que você esteja imaginando, por quê é pior... tire da sua cabeça essa coisa de anjinhos com harpa, eles estão mais para... Loucos.

- Loucos?

- Eles matam Analu, matam e torturam... não são bons como os mortais costumam acreditar.

- Mas John não é assim... - completei descrente. - eles não podem ser maus, afinal eles são... anjos.

- Ah... sim, os anjos são bons, não é deles que estou falando.

- não?

- não. - Leinad suspirou, parecia navegar em pensamentos.

-arcanjos?

- exato... eles são monstros, tudo o que sabem fazer é bisbilhotar a vida dos caídos e...

- espere ai... caídos? - perguntei.

- Anjos caídos... os que tiveram as asas arrancadas por esses idiotas!

- meu Deus... eles... arrancam as asas de anjos?

- Eles são monstros Analu, são uns babacas.

- e o que fariam se te ouvissem falando essas coisas? - perguntei.

Leinad deu um sorriso perverso.

-Possivelmente me torturariam... ou...

- ou...?

- a garota por quem estou apaixonado.

- nossa... como são clichês. - revirei os olhos.

Ele sorriu.

Anjos na escuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora