"18"

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- Pra começo de conversa, eu não fisguei ele... estávamos apenas conversando. - respondi sorridente.

- a é? e por quê ele veio conversar com você?

-Ele não veio conversar comigo... eu acidentalmente derramei coca cola nele, e então, como qualquer pessoa educada ele foi gentil.

- pareceu mais do que gentil para mim... qual o nome dele?

- Leinad, - quando falei o nome dele algo dentro de mim mudou, eu só não sabia dizer o quê.

- Leinad? - ela gargalhou - vou procurar saber mais sobre ele.

- Não faça isso Maria... é desnecessário! - completei enquanto a garçonete colocava nosso pedido sobre a mesa.

- Ah Analu... se ele não fosse tão bonito eu faria você descartar ele só por ter esse nome... que tipo de mãe é a dele?

- é só um nome. - murmurei - e não é tão estranho assim,

- admita... é muito estranho!

Nós duas sorrimos, embora eu não concordasse que o nome fosse estranho. Era apenas... diferente. E eu precisava de coisas diferentes.

Depois que saímos da lanchonete, pedi que Mariana me levasse até a casa de Lucy, eu esperava que ela já estivesse de volta com meu carro.

- Mas você não vai participar da reunião? - Ela perguntou indignada.

- Eles não precisam de mim, tenho certeza que estão indo muito bem...

Mariana deu um sorriso rápido e assentiu, seus olhos estavam alegres, e fiquei feliz por ela estar feliz.

- Espero que dê certo com Leinad... - ela disse depois de uns dois minutos no carro.

- Leinad é só... - sorri - não vai rolar,

- como você sabe? eu também achava que não ia rolar com Dominic... e aqui estou eu, totalmente apaixonada.

- Vamos ver o que acontece, - completei - mas acho que ainda não estou pronta para outro relacionamento... e afinal de contas, ele só pediu meu numero, nem sei se ele vai ligar.

- é claro que ele vai, - ela sorriu - nenhum garoto em sã consciência, pede o numero de uma garota, com grande chance de receber um não, para não ligar... fique tranquila e confie em mim.


Quando chegamos à casa de Lucy, agradeci a carona e corri para a porta, feliz por ver meu punto perfeitamente estacionado ao lado do carro dela.

- Oi... - Lucy disse de cara fechada.

- o que foi?

- ah... Nada, - ela deu de ombros.

- O que Lucy? fala...

- por quê? agora você tem tempo para mim? - ela entregou a chave do Punto de uma forma até grosseira - ou você vai sair correndo sem explicar direito como sempre faz?

- Lucy eu... eu vou explicar mas...

- Eu sei, depois... como você sempre diz, é sempre a mesma coisa Analu, e eu to cansada disso.

Ela se virou e entrou em direção à sala, mas deixou a porta aberta, então a segui.

- Eu sinto muito, me desculpe! é só que... tem coisas que é melhor você não saber. - Falei sentindo a culpa me invadir, mentir para Lucy era uma coisa que havia se tornado frequente em minha vida.

- tipo o quê? - ela gritou - que você foi pra uma lanchonete com uma garota? que trocou o nosso passeio, que me trocou, para ir a uma lanchonete com outra garota?

Anjos na escuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora