Fim de dia, noite confusa II

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Marcos estava me esperando na esquina, e eu o abracei como um oi. Entramos na casa dele, e estranhamente haviam varias garrafas de cervejas em cima da mesa. Perguntei:
- Seus pais não tinham saído?
- Sim, essas são nossas.
- Ué querido, somos de menores, como conseguiu isso?
- Dei meu jeito - Ele sorriu e sorri com ele. O Marcos sempre foi bem espertinho para algumas coisas, e esse foi um dos principais motivos de tudo que vivemos, mas por uma noite resolvi deixar pra lá.
Estava cheia, muita coisa acontecendo, escola nova, meus pais nunca presentes, repulsa por tudo em mim, me levaram a optar pelo álcool na minha frente. Bebi quatro latinhas enquanto o Marcos ja estava na sétima. De repente ele tirou do bolso um baseado enorme, e eu no susto gritei:
- Sem essa hoje, guarda isso Marcos
- É só pra dormirmos melhor amor, relaxa. - Já estava tão sem lucidez  que fiquei quieta vendo-o tragar aquilo, peguei da mão dele e fumei também, e quando fui reparar estávamos no quarto dele.
Muita coisa já haviam acontecido entre nos dois mas nada além do que eu limitava. Eu ainda tinha minha castidade como consolo sob tudo de ruim que vivi com ele. Mas dentre tanta confusão, saiu do meu controle. Quando me vi novamente já estava embutida de baixo de seus cobertores calorentos, sem blusa e ele, me beijando loucamente enquanto me apalpava de todas as maneiras explicitas. Dei um pulo:
- Sai Marcos
- Para Madu, tava tudo tão bom, já vai estragar
- Bom? Estamos bêbados e chapados, quero dormir
- Tem espaço comigo, deita e dorme aqui - ele me olhou com aquela feição maliciosa. Sai pegando minhas roupas. Como ficamos juntos muito tempo, sabia andar pela casa mesmo com visão embasada, então sai correndo para a suíte da irmã mais velha dele que estava fazendo intercâmbio, me tranquei, enquanto ele ficou batendo e pedindo para eu sair, dizendo que não iria fazer nada, como estava muito louca, apenas deitei e dormi. Acordei com ele batendo mais forte na porta dizendo que seus pais estavam chegando, olhei no relógio e ja eram 7h. Lavei o rosto e escovei os dentes, me troquei e sai do quarto, ele estava bufando de raiva, pedi desculpa e sai voando para escola pois havia prometido ao Lucas que não iria faltar por nada (porque se meus pais descobrissem, matavam nos dois), cheguei na segunda aula, aliviada, mas com ressaca e muita fome por conta da noite passada.

A vida de uma pré-adulta reclamona, nariguda e emergente. Onde histórias criam vida. Descubra agora