- Alô
- Madu, a gente precisa conversar
- Sobre o que?
- Sobre a gente - percebi que a voz dele estava instável, então perguntei:
- O que você tem? Onde você ta?
- To perto da sua casa, vem aqui
- Eu vou descer não sai dai! - fiquei com medo de algo acontecer com ele, pois ele estava com uma voz de chapado. Eram 16h e eu não tava acreditando que ele já estava naquele estado. Desci sem fazer barulho para o Lucas não perguntar nada, sai na rua e la estava o Marcos:
- Madu porque você fez tudo aquilo comigo?
- Tudo aquilo o que Marcos?! Vai pra casa, você tá doidão
- Você fez questão de me trair com aquela vagabunda
- Meu do que você ta falando? A gente não ta junto, isso ficou la atrás, por favor vai pra casa. - Ele segurou meu braço com força e eu me assustei
- Você é uma vaca, por isso teve que fugir dos seus problemas e me deixou sozinho, preferiu ficar com aquela vagabunda que te fez de otaria. - Eu comecei a chorar enquanto ele segurava nos meus braços com força. O Lucas notou que não estava em casa e saiu na rua, me viu chorando e saiu correndo pra perto de nós, me puxou pra longe do Marcos e empurrou ele:
- SAI DAQUI FILHO DA PUTA - Ele não reagiu, saiu mostrando o dedo do meio, eu não parava de chorar, tudo que tinha acontecido voltou a tona, inclusive o sentimento de culpa.
Entramos pra casa e o Lucas me abraçou e pediu para que parasse de chorar. Esperou eu me acalmar e perguntou:
- O que aconteceu Maria? Por que ele estava aqui?
- Ele me ligou, tava bem louco, disse que queria conversar, fiquei com medo dele ir pra algum outro lugar e acontecer alguma coisa, falei que sairia pra falar com ele, e ele começou a falar sobre tudo aquilo
- Maria, esquece esse menino por favor, apaga ele da sua vida, ele só te faz mal
- Não é tão simples. - Falei me afastando dele para subir pro meu quarto, ele puxou minha mão e me abraçou e disse:
- Eu te entendo tá, conta comigo, eu to aqui, vou te ajuda. Vou fazer alguma coisa pra comermos e te chamo la no quarto, se acalma e lembre-se que você não fez nada de errado - eu sorri e dei um beijo na bochecha dele, subi pro meu quarto e quando peguei meu celular estava cheia de mensagens do Marcos me xingando. Me senti pior. Liguei o pc e entrei no twitter e acabei me animando:@tatinunes: ansiosa para sábado sz
Fiquei besta. E por mais de toda a confusão que havia acontecido, fiquei verdadeiramente feliz com aquele tweet. Ainda não entendo o porque, mas sei que precisava decifrar aquela constante curiosidade nos olhos daquela menina.
E precisava ainda mais me desprender de tudo aquilo que o Marcos me fez ver o quanto ainda estava presa.
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A vida de uma pré-adulta reclamona, nariguda e emergente.
Genç KurguMadu. Dezessete anos. Cidade pequena, sonhos grandes. Entre tropeços e apresso na escada da vida. Paixões, pressões e emoções. O que esperar de uma quase vida adulta logo a frente? Um tombo maior ainda!!