Que noite!

21 1 0
                                    

Quando reparei ele já havia me deitado naquele grama, e me beijava loucamente. Não podia pará-lo, estava adorando aqueles lábios mais do que viciado adora cocaína. Ele levantou e tirou a camiseta, e quando eu vi aquele monte de gominhos sabia que não podia mais responder por mim. Ele voltou a me beijar e desceu até meu pescoço, que de fato era minha kryptonita. Ele começou a passar as mãos pelo meu corpo, levantou novamente e tirou minha blusa, eu simplesmente não reagia, porque além do álcool e droga, ele estava me deixando louca. Estávamos todo sujos por causa da grama meio molhada. Ele roçava seu corpo em mim igual atração de imãs opostos. Passava a mão no meu cabelo, parava para me olhar e voltava a me beijar. Mas de repente senti- o subir mais minha saia, na hora me esquivei. O empurrei pro lado e tampei o rosto.
- Osh Madu, o que foi?
- Porra mano, eu sabia que ia dar nisso.
- Nisso o que garota, tá doida? - Ele disse rindo, e eu levantei, pegando minha blusa, olhei pra ele e disse.
- Bom, vou ser clara e direta. Eu sou virgem e não quero perder minha virgindade na mato, apenas, tchau. - Sai colocando a blusa e andando torta. Fui direto pro banheiro, quando me vi no espelho, chega me assustei. Estava interinamente suja. Dei risada e fui tomar banho, afinal, eu já tava louca demais pra querer ficar lá fora sozinha sem as meninas que me deram o maior perdido.
Tomei banho e me troquei. Coloquei um pijama de ursinho e deitei no colchão no quarto da Lari. Estava quase cochilando e ouvi o barulho na porta. Gritei:
- Entra suas loucas. - Tomei pra mim que era umas das duas. Tola, era o Pietro, todo sujo. Quando vi ele, só sabia dar risada. - Alguém realmente precisa de um banho.
- Nossa que palhacinha você. Vim vê se tá de boa.
- Tô ótima, porque não estaria? - Ele fechou a porta do quarto e sentou no chão de frente para o colchão que estava deitada.
- Bom, primeiro porque eu tentei te comer no mato, segundo porque bom, a primeira parte já é vulgar o suficiente e explícita todos os outros motivos.
- Relaxa, não foi o primeiro e nem será o último. - Falei rindo.
- Sério Maria, não quis te forçar a nada na moral, eu nem sabia...
- E nem deveria né, como você iria saber. Mas esquece isso, já foi já. Não agiu sozinho, eu te ajudei nessa.
- Pois é, e estaria sendo um falso de dizer que não gostei. - Ele disse passando a mão no cabelo, sorrindo e abaixando a cabeça. 
Levantei da cama e sentei do lado dele.
- Até que você é um pouco legal Pietro.
- Para, eu sou 100% legal.
- Não exagera. Mas então, afinal, quantos anos você tem?
- 23 Madu, e você 17, certo?
- Certo. Mas pera, não entendi o porque antes você falou que eu não tinha idade, você só é 6 anos mais velho, seu falso.
- O cu doce tá aí para ser feito.
- E você adora né. - Rimos.
Ficamos naquela conversa por horas, quando vimos já estava amanhecendo, e nada das meninas irem dormir.
- É sempre assim?
- Como?
- As festas dessa família, sempre não tem fim?
- Geralmente elas acabam entre 2 dias, 3.
- Nossa, isso que é estar na melhor mesmo.
- Porque, está cansada, quer dormir Maria?
- Sinceramente, eu quero sim moço.
- Ok então, vou pro meu quarto.
- Você não quer dormir?
- Sim, mas eu to todo podre aqui. Quer que eu fique? Não quer ficar aqui sozinha?
- Sinceramente, não quero não. - Sorri.
- Quer que eu deite com você?
- Acho que quero sim. - Ele sorriu e deitamos na cama, apesar da imundice dele. Dormimos um pouco, quando acordei, estava deitada no peito dele. Fiquei super sem graça. Levantei sem tentar acorda-lo. Fui me trocar e lavar o rosto. Quando sai do banheiro ele já não estava mais na cama. Fui em direção à cozinha, e quando olhei no relógio, já eram quase 13h. Vi a Lilian deitada no sofá agarrada no Caio, na hora tirei uma foto sem eles perceberem. Continuei andando e vi a Larissa já de pé tomando café.
- Olha quem apareceu... - Eu disse com um tom levíssimo de sarcasmo. - Oi amiga, dormiu bem?
- Melhor impossível.
- Eu imagino. Que horas foi dormir?
- Na real, eu não sei. Vou fazer um pão para nós e vamos para o quarto, tenho muita coisa pra te contar. - Ela fez os pães e fomos para o quarto.
- Me conta amiga.
- Velho, eu dei pra ele amiga, numa cabaninha que tem aqui atras da casa. Meu primo não pode nem sonhar.
- Osh, ele pode pegar sua amiga né. - Dei risada. - Mas eai como foi?
- Ah amiga, normal, ele beija muito bem e é muito gostoso, mas o ato de fato não é tudo isso não. - Nos duas rimos.
- Ele é gato mesmo, então acho que você zerou mesmo à noite em.
- E você amiga, e o Pietro...
- Porra amiga, a gente se pegou freneticamente nos matinho.
- Nos matinho? Aí que indecência hahaha.
- Mas não rolou nada.
- Como assim amiga, não acredito. Ele é tão gato apesar de que né, eca, conheço ele desde que ele se conhece.
- Gato ele é mesmo, e beija divinamente, e é super legal. Mas velho, você sabe...
- Puts, pode crê. Eu esqueci que você é cabaça ainda. - Ela disse rindo
- Besta, não tem graça. Mas ele dormiu aqui comigo, foi um amor...
- É, eles geralmente são uns amores mesmo... - Disse ela desconfiada.
- Osh amiga, o que foi?
- Nada não amiga, nada não. Meu e a Lilian toda jogada no sofá, o que será que rolou em. - Mal terminou de falar e a Lilian abriu a porta com tudo e entrou saltitando.
- Migasssss, eu peguei, eu peguei.
- Falando no diabo. - Falou a Larissa rindo. - Só pegou amiga?
- Literalmente peguei. - Ela olhou com aquela carinha.
- Não acredito que as duas tiveram A Noite e eu fiquei conversando sobre a vida com um boy tão gostoso daquele.
- Vacilo, o bonde pegaaaaaaaa. Ramelo, dorme no ponto rapaz. - Larissa disse indo ao banheiro.
Lilian me olhou, passou a mão no meu cabelo e falou baixinho:
- Amiga, você tem que fazer o que seu coração quiser. Pelo menos a noite foi boa? - Sorri e achei linda a maneira meiga e doce dela lidar comigo. Respirei e pensei sobre a noite passada, e balancei a cabeça com um sim. É, sim, aquela noite foi maravilhosa apesar dos pesares...
Larissa saiu do banheiro de biquíni e gritou:
- O final de semana só começou só, vamos la piranhas. - Nos três rimos e fomos nos arrumar. Afinal, ainda tinha o sábado todo pela frente e as coisas poderiam mudar assim, de repente.

A vida de uma pré-adulta reclamona, nariguda e emergente. Onde histórias criam vida. Descubra agora