A intrometida

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Quando entrei na sala, Larissa ja começou a rir, olhei para ela e escrevi no papel:
Para de ser louca o povo vai ficar com medo.
Ela abriu e deu um sorrisão, e respondeu:
Sua carinha de "noite boa" deixa o povo com mais medo do que minhas gargalhadas.
Li e dei risada, olhei para lousa e ela estava cheia, geografia pós noitada totalmente estranha e louca, ninguém merece. Dormi a aula toda, e quando deu o intervalo, Larissa me cutucou e falou:
- Babona, vamos comer.
- Meu, to exausta
- Percebi, e a menina intrometida também. Olhei para onde a Lari estava olhando, era a tal menina que interrompeu o professor de matemática a aula toda nos encarando de longe. Como já estava meio no limite, gritei:
- Oh menina de azul, chega aqui.
Larissa me olhou com cara de "ãn" e eu falei:
- Vamos ver qual é a dela miga
Ela se aproximou e perguntou:
- Oi meninas, o que foi?
- Nos que perguntamos o que foi - disse a Larissa toda enfezada e eu meio sem jeito disse:
- Não liga a ignorância, só queremos saber porque fica olhando
- Ah, não é nada demais, notei que vocês são novas, e sei como é difícil se adaptar a uma escola cheia de calcinha - ela sorriu e eu olhei para Larissa sorrindo, a quem retribuiu. 
Descemos para o intervalo conversando, notei que a Lilian (nossa nova coleguinha intrometida da matemática) era mais legal do que aparentava, ficamos o intervalo todo conversando, ela nos contou que estuda lá desde a quarta série e que estava louca pra sair e fazer faculdade de medicina (dai a resposta do porque ela sabe tudo em matemática). Novamente vi a morena dos olhos puxados me devorando com os olhos, e então perguntei a Lilian:
- Ei, quem é essa? - ela me respondeu:
- Essa é a Tati, estuda aqui desde a sexta serie, ela é bem simpática e tímida, e bem inteligente, quer medicina assim como eu.
- Ah legal - Larissa notou meu interesse peculiar pela garota, e quando nos desprendemos de Lilian ela perguntou:
- E aquele repentino interesse?
- Ela estava me encarando desde ontem
- Ah isso não é difícil, você com essa cara de porra loca.
- Hahaha palhaça, ela estava me encarando de uma maneira diferente...
- Ela é tímida, deve estar se sentindo intimidada, logo passa
- Então tá, sua louca. - demos risadas e subimos para sala. Dormi mais um pouco nas aulas de literatura e gramática e finalmente fui embora. 

A vida de uma pré-adulta reclamona, nariguda e emergente. Onde histórias criam vida. Descubra agora