Talvez, quem sabe.

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Depois de uns copos de vodka, viramos umas doses de tequila e já estávamos mais pra lá do que pra cá. Resolvemos ir sentar na rede. O que foi cômico, porque antes de se sentar a Larissa caiu umas quatro vezes.
Estávamos lá conversando e o Caio se aproximou novamente, com carne mas com mais um gato ruivo do lado dele.
- Eai meninas, servidas? - Falou mostrando a bandeja. - Ah Larissa, esse é meu amigo Thiago da facul que eu te falei.
- Oi meninas. - Falou ele se inclinando e beijando nossas bochechas.
- Oi Thiago, nossa você chegou agora? - Falou a Larissa toda desinibida como sempre.
- Não pô, eu tava aqui, só não vi vocês chegando. - Ele disse meio vermelho e sorrindo. O Caio se aproximou da rende da Lilian e passou a conversar com ela novamente, enquanto a Larissa conseguia deixar o menino um pouco mais envergonhado. Peguei meu celular e fiquei jogando porque senti que tava sobrando lá, e como tava muito alterada pra levantar não dava pra ir fazer outra coisa. De repente só vi a Lilian levantando e indo pra beira da piscina com o Caio. Sorri e fiquei ainda mais me sentindo uma sobra. E dois tempo depois a Larissa levantou e disse que já voltava. E eu fiquei lá rindo pro nada.
Do nada o Pietro se aproximou de mim e deitou na rende do lado.
- Vai ficar aqui sozinha mesmo moça?
- Olha, na verdade, eu só não saiu daqui porque tô com medo de pagar um mico.
- Já tá mal? - ele falou rindo.
- Cara, tem tequila ali. Você achou que eu iria ficar bem? - falei rindo também
- É, acho que já era esperado seu estado. Mas eai Madu, sobre o que tá pensando? - Achei esquisita a pergunta do meu então amiguinho, mas até que achei interessante.
- Bom, no momento eu to pensando no porque eu inventei de beber tanto, e também o que será que esse moço que fica puxando assunto comigo quer. E você? - Olhei pra ele e sorri, o qual devolveu o olhar e o sorriso.
- Eu tô pensando como que a Lari tem tanta amiga bonita e eu nunca tinha visto nenhuma.
- Nossa que pensamento mais raso o teu rapaz.
- E você queria que eu estivesse pensando nas três leis de Newton?
- Eu não queria nada, nem tô em posição pra contra-argumentar suas falas moço. - Fiz ele rir, que levantou e me puxou para levantar. E foi andando pelo mato daquele sítio cheio de pernilongos.
- Onde cê tá me levando louco?
- Ah sei lá, só queria andar com você.
- Nossa que fofo você em! - Ri sarcasticamente. Ele parou e encostou numa parte da casa, e eu encostei do lado dele. Ele estava muito cheiroso, apesar do cheiro de álcool que se misturava entre minha boca e a dele quando falávamos.
- Você tem quantos anos?
- Sou bem velhinho comparado a você.
- Você nunca consegue ser direto com as palavras?
- E você não consegue ficar quietinha. - Ele olhou pra mim e focou os olhos em minha boca. Eu fiquei toda envergonhada e sorri, me virando.
- Eu sou muito das palavras mesmo, fazer o que, e não esqueça que você está falando com alguém não sóbria.
- Digo o mesmo pra senhorita.
- Mas sério, quantos anos tem?
- Idade suficiente para estar bêbado do lado de uma menina bonita.
- Nossa que chatinho.
- Nossa que chatinha. - Ele disse afinando a voz, fazendo com que nos dois caíssemos na risada.
Ouvi a Larissa me gritando. Mas deixei passar. Tava adorando estar louca e respirando o perfume de um boy bonito e tão legal depois de bastante tempo.
- Você fuma?
- Como assim?
- Maconha Maria, você fuma?
- Eu poderia fazer o mesmo cu doce que você e não responder essa, mas, como sou uma pessoa legal e nada restritiva, sim, mas só às vezes, porque? Tem um baseado ai?
- Talvez sim, talvez não. Agora vou fazer mais cu doce ainda. - Olhei pra ele, ri e mordi os lábios. Ele olhou sorrindo, e eu me virei e comecei a voltar pra perto das redes e da churrasqueira. Ele perguntou pra onde eu estava indo, e não respondi. Continuei andando. Quando vi a Larissa, ela veio correndo em minha direção.
- Miga do céu, eu peguei o boy.
- Como assim amiga? Que rápida você em, falou de mim mas tá ligeira.
- Tem que ser né, e a Lilian que sumiu faz tempo com meu primo. Aquela ali tá que tá. E você, onde tava?
- Ah, tava andando por aí. Vocês me deixam louca e vão se atracar com os boy.
- Creio eu que sozinha você também não tava. - Ela disse rindo e olhou pro Pietro, que voltava da onde estávamos. Ele passou por nós e passou a mão no meu cabelo.
- Aí amiga ele é gostoso pra caralho. Desse jeito vou fazer coisas que vou me arrepender, então tô evitando.
- Aí amiga, para com isso em, você tá solteira, não tá? Tá com medo do que? Vai lá enche mais a cara, que quando você vê já não vai nem sabe onde tá. - Nos duas rimos. - Meu boy tá me esperando, não vai ficar brava comigo né?
- Ahhh perai, vamo comigo busca um goro que depois eu te deixo livre. - Ela balançou a cabeça e riu. Fomos lá e ela pediu para um dos muitos primos dela fizesse uma caipirinha de kiwi pra mim. Quando ele terminou, eu fui falar com o Pietro e ela foi atras do tal Thiago. Cheguei perto dele e bati na cabeça dele. Fazendo com que o cara com que ele estava conversando se afastasse rindo.
- Pra você largar a mão de ser ramelao.
- A única ramelona que foge aqui é você menina.
- Sou nada, não curto pessoas de meias palavras. Pra mim muito é pouco. - Ele olhou pra mim, sorriu e passou a mão no meu cabelo que estava extremamente duro por causa do cloro. Ficamos lá perto da churrasqueira por mais tempo, e bebemos mais e mais, e falamos mais bostas e mais bostas. Cheguei perto do ouvido dele e perguntei:
- Tem ou não a parada?
- Nossa que papo de corre esse seu em. - Nos rimos. - Tá aqui, vamos lá atras. Fomos para onde estávamos antes e sentamos no meio do mato, ele bolou um e começamos a fumar.
- Então quer dizer que você é um pacotinho completo?
- Oi? Como assim louco? - Falei enquanto tragava e ria.
- É bonita, inteligente, e ainda fuma. Só faltou ter idade.
- De novo esse papo de idade meu... - Virei os olhos, o fazendo rir.
- É, talvez não falte nada. - Ele falou passando a mão pelas minhas costas e a pousando na minha cintura.
- Que isso em?
- Não pode?
- Talvez, quem sabe, não sei...
- Ahhh quer jogar esse jogo comigo garota. - Ele sorriu olhando para mim e mordeu os lábios. Fixei na boca dele, ele tragou a ponta que restava e jogou a fumaça na minha cara, me fazendo sorrir ainda mais que o normal. Olhei nos olhos dele, que também me devoravam. Ele levou a mão até o meu cabelo, passou a mão por ele e começou a acariciar meu rosto. Na hora eu já cai em tentação, meu deus ele é lindo, bem humorado e tá louco pra me pegar aqui. Cheguei mais perto dele, que não tirava o sorriso do rosto. Ele então se aproximou de mim e me beijou. Um beijo molhado, com gosto de fumaça e vodka. Massageando meu cabelo e descendo até a cintura, colocando as mãos por de baixo da minha blusa. E eu só sabia beija-lo e mexer no seu cabelo. Fiquei besta com aqueles lábios, macios e sedosos, que mal sentia ele passando a mão pelo meu corpo. Não queria que aquele momento, acabasse. Apenas e simplesmente não queria...

A vida de uma pré-adulta reclamona, nariguda e emergente. Onde histórias criam vida. Descubra agora