Cap 21- Festival pt III

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Senti alguém tocar meu ombro. Me virei e vi Peyton.
—O Corey me obrigou a vir até aqui e te pedir desculpa direito.
—O quê? —não consegui escutar com o barulho alto da música.
—Eu vim pedir desculpas de novo —ele falou mais perto do meu ouvido.
—Hm? Quê? —ainda não consegui ouvir.
Olhei para ele e ele se inclinou para repetir, quando um grupo de alunos passou correndo e o empurrando; consequentemente, ele acabou indo para cima de mim e...
Senti minhas bochechas queimarem. Nossos rostos se separaram e eu só queria me esconder em algum canto.
Nós nos beijamos, eu repetia mentalmente.
Ele ia repetir o que queria dizer quando eu o empurrei e saí correndo.
No palco, Kevin observava a cena. Nem se deu conta de que havia parado de cantar e que seus dedos não deslizavam mais por sua guitarra.
****
Entrei na sala onde meu material estava e me apoiei na mesa, ofegante por correr e com os olhos marejados.
Meu primeiro beijo, pensava, foi algo totalmente inútil!
—Carpenter? —eu o escutei entrando na sala —Te procurei em todo canto, o que deu em você?
—Sai daqui! —comecei a pegar coisas que estavam nas caixas em cima da mesa e atirá-las nele.
—Se está jogando para não me acertar, então pare de jogar. Olha... Se tudo isso é por causa daquilo... Eu peço desculpas. Foi mal. Não foi de propósito mas... Se você ficou tão mal assim, esquece. Foi só um acidente. É só você não ligar, eu...
Encontrei a fantasia que havia experimentado horas antes e joguei nele.
—Tá brava com o quê? —ele tirou a fantasia da cabeça.
—NÃO ESTOU BRAVA!
—Tá sim.
—NÃO ESTOU! E nem estou ligando pra aquilo, tá? Pois é. Isso aí. Foi só um acidente, não teve importância nenhuma! É como se não tivesse acontecido nada!
—Então, se não for acidente, vale?
—Huh?
Ele segurou meu pulso e me colocou contra a parede, me beijando.
—Pronto. Agora não dá pra fingir que nada aconteceu.
—QUÊ? Não vale! Você... Você me pegou de surpresa! —meu rosto ainda queimava.
—Então eu faço de novo —ele mantinha a mesma expressão indiferente e calma —Desta vez não vai ser de surpresa. Se quiser, pode ir embora.
Ele soltou meu pulso e percebi que Meyer também estava corado.
—Se não vai se afastar... Pelo menos... Feche os olhos. —ele continuou.
Os fechei lentamente e senti suas mãos em meu rosto.
Passou um tempo —que parecia mais uma eternidade— e nos afastamos.
Ele colocou sua cabeça na minha e me encarou.
Será que... Esse beijo foi real? Ou ele apenas foi levado pelo clima?
Peyton estava muito diferente desde que terminou com Olivia. Ele... mudou?
—Por que fez isso? —quebrei o silêncio.
—E isso importa?
—Ah, por que pode ser aquilo né? Você pode ter se deixado levar pelo clima! E isso importa sim!
—Eu ainda pareço um desses caras pra você, Carpenter?
—Como eu posso saber?
—Como assim?
—Bom... Me diz —desviei o olhar —Por que beijou aquela garota ruiva mesmo namorando a Olivia? Você gostava dela?
—...não.
—E, mesmo assim, beijou ela...?
—Beijei.
—Ainda me pergunta se parece um desses caras? Você não parece, você é!
Voltei a correr pela escola, e desta vez, ele não veio atrás.

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