Cap 7- Detenção

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Estava quase dormindo. Quanto tempo faltava pra detenção acabar?
—Falta muito? —bocejei.
—Estamos aqui há 5 minutos. —Peyton respondeu, revirando os olhos.
Levantei e comecei a andar pela sala, tentando espantar o sono.
Peyton também saiu de sua carteira e foi até a mesa do professor, procurando alguma chave que destrancasse as portas.
Fui até ele e o ajudei.
—Nada! —ele falou, desistindo.
Peyton se jogou na cadeira e fechou os olhos. Naquele momento, o observei e me lembrei da primeira vez em que o vi: o único que havia chamado minha atenção. O único que parecia ser como eu.
—Por que vocês me irritam? —perguntei.
—Como é?
—Por que todo mundo fica me irritando? Com todo esse assunto de Cinderela... E o que há com o professor Uriah?
—Você é nova aqui e é muito ingênua. É toda certinha e deslocada. Acho que ainda não encontrou seu lugar. —ele respondeu.
—Igual você? —acabei soltando.
—O que quer dizer? —ele franziu as sobrancelhas.
—Você também é assim... Pelo menos parece. Eu não consigo entender que tipo de cara você é, não se encaixa em nenhum grupo. Quando te vi nos corredores, quis saber mais sobre você. Admito que você me intriga. Então, você é igual a mim?
—Você gosta de mim? —ele respondeu, enojado.
—Não! De onde tirou isso? Não distorce o que eu falo! Você só parece um pouco misterioso, sei lá.
—Se quer saber que "tipo" eu sou, Carpenter, é só olhar bem. —ele jogou sua mochila em mim —Não há nada de extraordinário.
Abri. Apenas revistas masculinas, uniforme de basquete e um estojo imundo.
—Você é... Apenas um garoto. —eu falei, um tanto desapontada —Você é tão quieto, não parece ser.... Assim...
Ele riu.
—Mas você não me respondeu sobre o professor Uriah! O que há com ele? —continuei o assunto.
—Ele fazia apostas com alguns alunos de quem pegaria mais garotas ou quem as conquistaria mais rapidamente. Isso já acabou há algum tempo, mas nunca se sabe...
—Não acredito em você.
—Lamentável —ele encerrou a conversa.
Passamos horas em silêncio. Eu fiz meu dever de casa, ele ficou folheando suas revistas.
Um dos professores destrancou a porta e disse que já tinha dado o tempo. Poderíamos voltar para casa.
—Até que foi divertido, Carpenter. Repetimos amanhã? —ele sorriu de lado.
—Ah, dá um tempo! —eu ri.
Filho da mãe... Já tinha tudo planejado para eu me ferrar novamente amanhã...

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