Cap 29- Trabalho

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Caminhei em sua direção e me encostei nos armários.

—Está tudo bem? —perguntei.

Ele balançou a cabeça negativamente e disse: —Ben passou um trabalho em dupla mas meu amigo não poderá fazer. Essa nota me salvaria no trimestre. Uriah ficaria bem desapontado se eu repetisse novamente.

—Eu ainda não tenho dupla para o trabalho... Row e Corey vão juntos. Eu poderia fazer com você.

—Mesmo?

—É, mas só se quiser. Não há problema, certo?

—Temos que entregar tudo semana que vem. Esteja na minha casa hoje à noite depois das oito.

****
Toquei a campainha e Meyer atendeu a porta. Entramos e fomos direto a seu quarto, onde havia uma mesa improvisada com vários materiais espalhados em sua superfície.
Pesquisamos sobre o assunto e fizemos um cartaz, montando nossa apresentação. Não trocamos quase nenhuma palavra durante todo esse tempo.

—Terminamos? —ele juntou as coisas.

—Acredito que sim. Onde está seu irmão? Ele poderia dar uma olhada para ver se falta algo.

—Ele viajou ontem, ainda está procurando por emprego. Volta em duas semanas, acho.

—Entendi.

—Você já vai embora? Está tarde, eu poderia fazer algo para comermos.

—É, seria bom —sorri.

Caminhamos juntos até a cozinha e eu sentei num balcão enquanto ele procurava alguma coisa na geladeira.
Eu sentia falta de vê-lo implicando comigo, me deixando uma pilha de nervos.
Ele me bagunçava e eu o deixava arruinar meu dia. Me perguntava se era normal querer que tudo aquilo voltasse.

—Então, você e o Kevin... —ele começou.

—O que tem?

—Formam um belo casal.

—Não somos um casal. Mas posso dizer o mesmo quanto a você e Paris.

—Também não somos um casal.

Me segurei para não sorrir com o que ele acabara de dizer. De alguma forma, fiquei feliz com a informação.
Pey havia preparado panquecas para nós dois. Comemos em silêncio, ambos envergonhados e sem saber o que falar (ou se devíamos falar).
Me levantei e coloquei os pratos na pia. Logo depois, senti braços ao meu redor, me envolvendo.

—Meyer?

—Sh... —ele fez, ainda me segurando.

Eu escutei alguns ruídos e julguei que ele estava chorando. Simplesmente não conseguia entender.

—Pey... o que foi?

—O jantar. Você gostou? Eu fiz certo? —ele disse num tom baixo.

—Sim, estava ótimo —sorri e me virei para ele, notando que seus olhos brilhavam.

—A receita... Era a coisa que minha mãe mais gostava de fazer.
~
Continua?

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