Nunca fui uma pessoa de rotina, sempre gosto de variar no que faço mas fazer o ato de abrir a gaveta da minha mesa e pegar aquelas cartas era quase automático e repetia o processo todos os dias nem que fosse apenas para olha-las mas eu precisava vê-las para ter certeza que eu não havia alucinado que recebia todas elas.
- Entre. - digo ainda sentada e escondendo minhas cartas e disfarçando vendo as radiografias de um podro que eu estava tratando.
- Senhora, temos um problema. - Ernesto, o ajudando geral da fazenda entra tirando seu chapéu.
- Nunca vão parar de me chamar de senhora não é? - pergunto com um sorriso e o pobre senhor fica envergonhado - O que está acontecendo?
- É a Pandora, ela não quer entrar no estábulo de jeito nenhum. O que eu faço? - ele está aflito com a situação.
Pandora é uma égua que tiramos de um circo que a maltratava, ela chegou aqui cheia de feridas e com a pata traseira fraturada mas hoje já está melhor e se recupera bem.
- Já estou indo, não encista para que ela entre apenas amarre-a em alguma árvore a pata dela não está 100% deixe quieta, se encistir pode a prejudicar.
- Sim senhora. - Ernesto assente e volta a por o chapéu para sair do meu consultório.
- Pandora dando trabalho de novo. - falo sozinha enquanto vou até a janela para olha-la.
Chego no estábulo e vejo o que há de errado com a repartição que ela fica.
- Como eu imaginava. - Pandora odeia cobras e como aqui é uma fazenda é normal que apareçam esses tipos de bichos - Seu Ernesto o simples fato de Pandora não querer entrar é por causa da cobra, tire-a de lá no metodo de sempre, com cuidado e não a mate leve até a mata perto da cachueira. -dpu as instruções para ele.
- Já vou cuidar disso dona Alana. - ele diz rapidamente.
- Obrigada, vou buscar nossa mascote medrosa. - falo enquanto olho ao redor para ter a certeza que estava tudo seguro.
Vou em direção à árvore que ela está amarrada e começo a acariciar seu focinho e pentear com os dedos sua clina.
- Oi menina, se assustou foi? - converso com ela em um tom calmo e ela relincha como se dissesse que sim - Não se preocupe já estão tirando sua inimiga de lá. - a desamarro e deixo solta Pandora fica parada apenas me observando, ando cinco metros para trás e paro - Vem Pandora caminhe para ver como está essa pata. - digo e ela recusa balançando a cabeça para cima e para baixo fazendo graça - Há menina larga de preguiça e vem logo teimosa. - mesmo assim ela não se meche, vejo o cocho de milho e pego um pouco e a mostro - Olha que milho amarelinho. - ela começa a andar em minha direção- Pandora sua interesseira! - sorrio e dou o milho a ela, quando percebe que o milho acabou bufa em meus cabelos fazendo que bagunce as mechas começo a coçar a barriga dela e em resposta começa a bater a pata no chão no sinal que está gostando - É, vejo que sua pata está boa já podemos começar a treinar, o que acha?- ela relincha e empina ficando apenas em duas patas traseiras mostrando que está boa - Vou te levar para o estábulo.
A levo até sua repartição e ela aceita entrar depois que entro primeiro mostrando que não à mais nenhum bicho. Deixo ela sozinha e saio indo em direção ao meu escritório novamente mas uma bola de pelo branca vem correndo em minha direção .
- Oi Puff, vejo que você apareceu de novo. - pego o pequeno cachorrinho no colo e ele me lambe.
Puff é um cachorro da raça Poodle muito fofinho. Começo a fazer carinho em sua barriga até que Valente chega e começa a rosnar para ele. Valente é uma cachorra da raça Pastor alemão que pertence a Davi. O coitadinho com medo se esconde nos meus braços.
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Cartas Para Alana
FanfictionNão bastava ser uma veterinária renomada mesmo sendo jovem, eu precisava de um admirador secreto que me mandava cartas anônimas. Não precisei muito para descobrir, na verdade ele mesmo veio até mim. E como numa típica história de romance tudo mudou...