Capítulo 2 - Mascote medrosa

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    Nunca fui uma pessoa de rotina, sempre gosto de variar no que faço mas fazer o ato de abrir a gaveta da minha mesa e pegar aquelas cartas era quase automático e repetia o processo todos os dias nem que fosse apenas para olha-las mas eu precisava vê-las para ter certeza que eu não havia alucinado que recebia todas elas.

- Entre. - digo ainda sentada e escondendo minhas cartas e disfarçando vendo as radiografias de um podro que eu estava tratando.

- Senhora, temos um problema. - Ernesto, o ajudando geral da fazenda entra tirando seu chapéu.

- Nunca vão parar de me chamar de senhora não é? - pergunto com um sorriso e o pobre senhor fica envergonhado - O que está acontecendo?

- É a Pandora, ela não quer entrar no estábulo de jeito nenhum. O que eu faço? - ele está aflito com a situação.

   Pandora é uma égua que tiramos de um circo que a maltratava, ela chegou aqui cheia de feridas e com a pata traseira fraturada mas hoje já está melhor e se recupera bem.

- Já estou indo, não encista para que ela entre apenas amarre-a em alguma árvore a pata dela não está 100% deixe quieta, se encistir pode a prejudicar.

- Sim senhora. - Ernesto assente e volta a por o chapéu para sair do meu consultório.

- Pandora dando trabalho de novo. - falo sozinha enquanto vou até a janela para olha-la.

   Chego no estábulo e vejo o que há de errado com a repartição que ela fica.

- Como eu imaginava. - Pandora odeia cobras e como aqui é uma fazenda é normal que apareçam esses tipos de bichos - Seu Ernesto o simples fato de Pandora não querer entrar é por causa da cobra, tire-a de lá no metodo de sempre, com cuidado e não a mate leve até a mata perto da cachueira. -dpu as instruções para ele.

- Já vou cuidar disso dona Alana. - ele diz rapidamente.

- Obrigada, vou buscar nossa mascote medrosa. - falo enquanto olho ao redor para ter a certeza que estava tudo seguro.

   Vou em direção à árvore que ela está amarrada e começo a acariciar seu focinho e pentear com os dedos sua clina.

- Oi menina, se assustou foi? - converso com ela em um tom calmo e ela relincha como se dissesse que sim - Não se preocupe já estão tirando sua inimiga de lá. - a desamarro e deixo solta Pandora fica parada apenas me observando, ando cinco metros para trás e paro - Vem Pandora caminhe para ver como está essa pata. - digo e ela recusa balançando a cabeça para cima e para baixo fazendo graça -  Há menina larga de preguiça e vem logo teimosa. - mesmo assim ela não se meche, vejo o cocho de milho e pego um pouco e a mostro - Olha que milho amarelinho. - ela começa a andar em minha direção- Pandora sua interesseira! - sorrio e dou o milho a ela, quando percebe que o milho acabou bufa em meus cabelos fazendo que bagunce as mechas começo a coçar a barriga dela e em resposta começa a bater a pata no chão no sinal que está gostando - É, vejo que sua pata está boa já podemos começar a treinar, o que acha?- ela relincha e empina ficando apenas em duas patas traseiras mostrando que está boa - Vou te levar para o estábulo.

   A levo até sua repartição e ela aceita entrar depois que entro primeiro mostrando que não à mais nenhum bicho. Deixo ela sozinha e saio indo em direção ao meu escritório novamente mas uma bola de pelo branca vem correndo em minha direção .

- Oi Puff, vejo que você apareceu de novo. - pego o pequeno cachorrinho no colo e ele me lambe.

   Puff é um cachorro da raça Poodle muito fofinho. Começo a fazer carinho em sua barriga até que Valente chega e começa a rosnar para ele. Valente é uma cachorra da raça Pastor alemão que pertence a Davi. O coitadinho com medo se esconde nos meus braços.

Cartas Para AlanaOnde histórias criam vida. Descubra agora