Não bastava ser uma veterinária renomada mesmo sendo jovem, eu precisava de um admirador secreto que me mandava cartas anônimas. Não precisei muito para descobrir, na verdade ele mesmo veio até mim. E como numa típica história de romance tudo mudou...
- Para quem está aqui na festa da primavera pela primeira vez vou dizer o que realmente é a prova dos três tambores: A prova traz charme e elegância para dentro da arena, já que é a única participação feminina. Trata-se de uma corrida contra o tempo, sendo a vencedora a competidora que contornar os três tambores, em um percurso triangular preestabelecido, no menor tempo possivel. No lombo de um cavalo ou égua, a amazona percorre o trajeto usando uma sela. A velocidade o entrosamento com o animal são fundamentais para a boa aprovação. Por favor competidores se alinharem para a apresentação. - o locutor explica como funciona a competição.
- Vai ser agora? - Luan me olha preocupado e faço que sim com a cabeça - Tenha cuidado viu.
- Pode deixar. - lhe beijo.
- Boa sorte Lana. - Davi me abraça e sinto mais corpos me abraçarem.
- Vai lá e arrebenta. - Thiago bagunça meu cabelo.
- Mostra para essa falsiane da Marcela que você pode. - Dani diz determinada.
- Que você não caia desse cavalo. - amendrontada com o tamanho do animal Bruna diz.
- Toma. - Luan me entrega um terço, sorrio olhando a delicadeza do presente mas coloco no bolso para não atrapalhar.
- Gente é só uma prova. - tento acama-los.
Me despeço deles e monto no cabalo para ir até a arena.
- Obrigado. - agradeço ao homem que abre a porteira para mim.
- Agora vamos as regras. - ele anuncia - 1 - Crueldade 2 - Falta de domínio (visivelmente apresentar dificuldade em dominar o animal, colocando em risco a segurança) 3 - Desacatar a viva voz a Equipe Veterinária, monitores, fiscais, membros da organização e as decisões do Júri. - e ele continua falando todas as regras principais.
- Que vença a melhor. - Marcela ao meu lado me olha mas depois volta a atenção para frente.
- Que vença a mais competente. - pondero e ela dá de ombros.
- Vamos as apresentações. A primeira amazona é a Marcela com 25 anos e está com uma bela égua...- ele fala o peso da égua e as demais coisas que necessitam de conhecimento e por último foi minha vez de ser apresentada- E por último e a mais esperada nossa querida e amada rainha da Primavera, Alana Medrado, ela tem 25 competiu duas vezes e nas duas também ganhou em primeiro lugar. Ela está montada em um Garanhão...- e ele continuou com minha apresentação. (...)
Os participantes já tinham feito a prova e me surpreenderam com seus tempos, esse ano seria mais acirrado.
- Amazona Alana comparecer a linha de partida.- me posiciono - Preparada? - aceno que sim com a cabeça e escuto a bozina que da o sinal da partida.
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Faço o trajeto que todos os competidores fazem mas na ultimo tambor a sela do cavalo vira e sinto meu corpo ser lançado ao chão junto com uma tremenda dor na costela. Vejo algumas pessoas se aproximarem e a todo momento me perguntam o que estava sentindo.
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- Aquela sela não estava frouxa Alana! - Davi exaspera com raiva.
- Claro que não foi eu mesma que selei aquele cavalo! - esbravejo fazendo do serviço dos socorristas mais difícil.
- A barrigueira foi sabotada. - Thiago chega e mostra a parte que prendia a sela no cavalo cortada.
- Isso foi alguém que tentou te tirar da prova. - Bruna arregala os olhos.
- Ela poderia ter morrido. - Dani enxuga as lágrimas.
- Não fale uma coisa dessa e você fique quieta para que eles possam te examinar. - Luan me repreende.
- Alana você está bem? - Marcela invade a tenda onde eu estava sendo atendida desesperada.
- Foi você, não foi? - me solto dos socorristas e parto para cima dela.
- Eu não fiz nada! - se defende com os braços para que meus tapas mal mirados não acerte seu rosto.
- Claro que foi, você insistiu para particar dessa merda toda. Você queria que eu passasse vergonha na frente daquele povo todo. - continuo tentando lhe bater.
- Eu não fiz nada já falei! - ela segura meus braços e sinto mais raiva.
Sinto alguém me segurar abraçando minha barriga para me tirar de perto dela.
- Está me machucando Thiago. - choramingo sentindo dor onde ele me aperta.
- Senta aqui. - Luan me faz sentar.
- Onde dói mais? - um senhor pergunta.
- Nas costelas. - viro o rosto e lágrimas escorrem de tanta dor.
Ele levanta minha blusa e passa a mão por cima, quando ele preciona certo ponto grunhi me retorcendo.
- Suponho ser uma costela quebrada precisam leva-la à um hospital. - ele diz tirando as luvas.
(... )
- Foi apenas uma costela trincada mas nada que um pouco de repouso e alguns analgésicos não resolva. - ele diz enquanto mantém o raio-x do meu tórax erguido para que Davi veja o ponto onde está lesionado.
- Ela já pode ir embora? - Luan pergunta preocupado.
- Pode assim que eu der baixa nos seus documentos.
