Alguns dias depois...
ALANAEu poderia citar milhões de motivos para continuar no meu quarto vendo filmes mas Davi continuaria me atormentando.
- Vamos Alana, você tem que ir. - tenta tirar a coberta de cima de mim mas eu a seguro.
- Não Davi, me deixa! - exclamo revoltada com a sua insistência.
- Já faz dias que você não sai desse quarto, você está com depressão, tem pesadelos todas as noites. Luan me fez prometer te levar na psicóloga. - Davi se senta cansado ao meu lado.
- Eu não quero sair daqui. - me viro para o outro lado.
- Eu ouvi um "eu não quero"? Pois bem mocinha, você não tem nada que querer. - Daniela entra em meu quarto junto com o namorado.
- Agora não é hora pra se fechar para o mundo Alana. - Thiago cruza os braços.
- Eu não tô nem aí se é hora ou não, só quero ficar sozinha. Será que é tão difícil de vocês entenderem?! - exaspero farta de suas reclamações.
Os três se entreolham como se eu fosse um caso perdido mas suspiram. Dani senta junto com Davi e segura minhas mãos.
- Amiga, eu não vou desistir de você. Não adianta o quanto você reclame e queira que a gente vá embora nós vamos ficar. Nós te amamos de mais para deixar você sofrendo sozinha, eu sei que tudo aquilo aconteceu recentemente mas você precisa tomar a iniciativa de deixar tudo no passado e seguir em frente. - ela diz me olhando com os olhos marejados.
- Você não atende as ligações do Luan, não recebeu a visita dos seus sogros, Bruna mal consegue conversar com você. Eu sei que está doendo aí dentro, é tudo confuso mas nos dói também em te ver assim tão perdida. - Davi afasta meu cabelo do rosto.
- Sem contar que eu não aguento mais te ver com essas roupas desleixadas, você não está em um filme americano pra andar de moletom para cima e para baixo e continuar estilosa. - Thiago finge uma voz mais afeminada e consegue me tirar um sorriso e uma revirada de olhos.
- Vamos, eu te ajudo a se arrumar. - Dani se levanta e estende a mão para mim - E vocês meninos, circulando. - ela espanta os dois com a mão desocupada.
Dani me ajudou a me arrumar, ela me contou como estava indo os últimos dias na faculdade e como estava empolgada para a formatura. Divina apareceu mais tarde com um lanche para nós três e comemos enquanto ela contava como era sua infância. Davi foi dirigindo o trajeto todo e eu estava começando a me arrepender de ter saído de casa.
- Vai demorar para chegar? Quero ir embora. - falo olhando pela janela do carro.
- A gente mal chegou no consultório Lana.
Dois dias depois...
Davi continuava ena insistência de me levar as consultas todos os dias.
- Essa mulher não resolve meus problemas Davi, não quero ir mais. - falo me jogando contra o sofá agindo como uma criança de cinco anos.
- Você vai sim, o Thiago vai te levar já que estou ocupado com as coisas pra resolver com as duas clinicas. - ele me deu as costas deixando claro que não tinha escolha.
Entro no carro do Thiago já de cara fechada.
- Bom dia também. - beija minha buchecha e lhe dou apenas um sorriso sem mostrar os dentes.
Quando entramos na cidade percebo que o percurso estava diferente.
- Não acha que está errando o caminho não? - pergunto olhando ao redor.
- Claro que não. - ele se faz de desentendido - Davi pediu para que eu deixasse uma coisa na casa dos Santanas, não vamos demorar.
Não falo nada em questão sobre isso, apenas continuo olhando a paisagem. Quando entramos no condomínio franzo as sombrancelhas quando ele passa direto na casa da Bruna.
- A casa é aquela. - aponto para a manção branca que ficava para trás.
Thiago me ignora e continua dirigindo parando somente em frente a praça que Luan me trouxe uma vez. Isso significava que...
- Obrigado Thiago. - abraço ele e saio do carro.
Olho ao redor a procura dele e o vejo na mesma árvore que ficamos naquele dia e vou correndo, sou recebida com um abraço que me fez sentir tão emocionada que comecei a chorar. Com ele por perto eu sabia que minha vida ainda tinha alguma chance de dar certo.
- Me desculpa. - Luan pede com a voz abafada por estar com o rosto escondido no meu pescoço.
- Só se você não me deixar mais. - falo entre o choro.
- Nunca mais meu amor, não queria ficar tanto tempo longe de você agora que precisava de mim. Mas eu te liguei tentei falar com você e você recusou todas as ligações. - ele segura meu rosto.
- Eu não queria ouvir sua voz apenas por um telefone, eu precisava disso e não a distância. - argumento.
- Escuta, eu sei que você não anda bem Davi me conta tudo. Eu queria estar do seu lado a todo momento mas só consegui essa folguinha pra vir te ver porque não aguentava mais ficar sem ouvir sua voz. Hoje ainda preciso viajar. - ele diz chateado e me afasto.
- Mas já? - reclamo.
- Você pode ir comigo, vim pra te buscar. Não vai mudar muita coisa, talvez seja até pior por toda a exposição que terá pela mídia mas foi o único jeito que encontrei de ter por perto. - ele me olha preocupado com a minha resposta.
- Você vai estar lá comigo?
- Sempre. - diz convicto.
- Então eu vou. - digo, pela primeira vez depois de dias, algo com toda certeza.
Ficamos ali por mais um tempo, Luan me contando o que tinha acontecido nos últimos shows e eu apenas ouvindo sua voz que mesmo sem ser cantada era gostosa de ouvir. Depois criamos coragem de ir embora.
- Graças ao pai você desentocou Alana. - Bruna vem e me abraça.
- Agora estou aqui. - retribuo o abraço com saudade.
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Cartas Para Alana
FanfictionNão bastava ser uma veterinária renomada mesmo sendo jovem, eu precisava de um admirador secreto que me mandava cartas anônimas. Não precisei muito para descobrir, na verdade ele mesmo veio até mim. E como numa típica história de romance tudo mudou...