Capítulo 14 - Promete

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    Dani e eu foram as únicas que tivemos lesões mais "graves", ela estava muito charmosa desfilando como um pinguim pela botinha no pé.

- Nunca mais eu bebo. - ela murmurou enquanto se jogava no sofá e colocava o pé para cima.

- Devo considerar essa sua primessa ou ignoro como fiz com as outras que você prometeu a mesma coisa? - questiono brincando com a cara dela.

- Vai a merda. - Dani mostra língua para mim.

- Dani levanta daí que vou te levar para casa. - Thiago ordena para minha amiga que amolece o corpo no sofá e se finge de morta.

- Bem feito. - também mostro língua para ela.

   Nos depedimos de Thiago e da Dani e voltamos para dentro de casa, antes que eu me sentasse no sofá, Divina já me repreende.

- E você dona Alana, já para o seu quarto. - manda apontando para as escadas.

- Eu não quero ficar confinada de novo em um quarto. - agora é minha vez de resmungar como criança.

- Você precisa descansar Alana, escuta ela. - Bruna diz depois de terminar a conversa com meu irmão.

- Está na nossa hora de ir. - Luan diz desanimado.

- Uma pena que isso tenha estragado suas férias. - lamentei, agora eles teriam que partir para casa e ficar com os pais até os rumores sobre nosso acidente diminuísse.

- Ainda vamos voltar, não se preocupe. - Bruna piscou.

   Bruna e Luan também se despediram da gente e foram embora junto com seu segurança pessoal. Fiz o que Divina mandou, ir para o meu quarto, tomei um banho, troquei alguns curativos e me deitei. Eu tentei dormir mas sempre que fechava os olhos toda a cena daquele acidente vinha novamente na minha cabeça. Como realmente não conseguia dormir peguei meu violão e comecei a tocar, eram notas calmas e delicadas para ver se eu me acalmava.

- Alana, vai dormi menina. - Davi diz entrando no meu quarto.

- Estou sem sono. - murmuro sem ânimo.

- Isso não quer dizer que todos estamos também. - ele brinca e bagunça meus cabelos.

- E se o que aquele policial disse for verdade, que o acidente do papai e da mamãe foi causado. - relembro e aperto forte o violão ao pensar nessa hipótese.

- Ei, não é hora de pensar nisso. - Davi retira o violão do meu colo e me puxa para um abraço onde escondo meu rosto em seu peito.

- Mas uma hora teremos que pensar e não podemos deixar isso impune. - deixei que minhas lágrimas escapassem.

- Uma hora toda a verdade virá a tona e teremos paz. - Davi diz como se sua esperança dependesse disso.

- Até lá promete que vai estar comigo? - peço olhando em seus belos olhos azuis e ele sorri.

- Você é a única família que eu tenho, minha irmãzinha, como posso deixar você? - seu sorriso é confortante mas também me traz recordações do sorriso do papai.

- Eu sinto tanta falta deles. - murmuro voltando a me aconchegar em seu abraço, Davi suspira e alisa meus cabelos.

- Eu também sinto Lana, não pense que eu esqueci apenas tento me conformar com a ausência. - a voz dele falha e eu o abraço forte - Estamos aqui um pelo outro. - beija o topo da minha cabeça.

- Estamos aqui um pelo outro. - repito sua frase confirmando que eu estária ali para ele quando precisasse.

Cartas Para AlanaOnde histórias criam vida. Descubra agora