LUAN
Fingimos para Luiz e sua esposa que ainda não sabíamos do seu plano quando ele ligou e bolamos um plano com a polícia para pega-los hoje quando eles vinhecem trazer mais papéis para Davi assinar.- O carro dele está vindo. - Divina anuncia descendo as escadas, pedimos que ela ficasse na janela do segundo andar com um policial.
- Eu quero matar aquele cara. - Davi rosna com raiva.
- Calma, temos que agir com naturalidade. - minha irmã tenta acalma-lo.
Esperamos que ele buzinasse e fomos todos para a entrada da casa. O jeito teatral que ele fingia tristeza era o que mais me enojava e me dava raiva.
- Alguma notícia da minha amiga? - Dani pergunta antes que seu namorado deixe a raiva falar por ele.
- Infelizmente não. - ele abaixa a cabeça e olha para trás em direção ao seu carro - Mas não percam a fé, as buscas estão sendo feitas.
Não consegui suportar aquele cara fingindo demência na minha frente, quando me dei conta eu já o segurava pela gola da camisa social lhe impressando contra o carro. No mesmo instante dois homens saíram do carro apontando arma para mim e os policiais saíram de suas tocaias apontando suas armas para os capangas de Luiz. Todos ao meu redor se silenciaram tensos com a situação.
- Luan, não faça nada que vá se arrepender depois. - Bruna me adverte mas a ignoro.
Vejo os policiais algemarem os dois homens e coloca-los deitados no chão batido.
- Eu vou pedir só uma vez, onde está minha namorada? - ameaço olhando em seus olhos apertando mais a gola de sua camisa.
- Luan, por favor... - Bruna me chama chorando mas não consigo pensar em mais nada.
- O que um cara que só sabe segurar um microfone poderia fazer comigo? - ele sorri mesmo na situação que se encontrava.
Não penso muito antes de lhe dar um soco e joga-lo em direção ao tenente encarregado de toda a operação que quase estraguei.
- Eu quero saber onde ela está, se não conseguirem eu mesmo faço isso. - dou as costas para todos que estavam embasbacados com a minha conduta.
ALANA
Eu não aguentava mais nem me manter sentada, mas eu tinha que ficar acordada para se caso eu conseguisse alguma drixa de escapar.
Quem eu queria enganar? Se antes quando eu estava forte não consegui me soltar dessas correntes, agora que seria impossível.- Olha para mim. - Camila segura meu rosto e vejo apenas borrões em minha frente - Olhe onde está a salvadora dos oprimidos agora, fraca, sem forças e a beira da morte. - ela me solta e vai até a porta e fica olhando o nada.
Meu cérebro delirante usa o passado para se manter otimista, ele lembra de uma cena de quando eu era uma garotinha irritante.
- Sempre que você precisar de mim pense em nos duas e eu vou te sentir e vou descobrir onde está ok? - Mirela diz tirando minha botinha de plástico e eu assinto tentando não chorar de dor - Seu pé ainda doi?
- Sim. - choramingo.
- Venha, temos que achar seus pais. - ela me ajuda a levantar e me serve de apoio.
Como sinto falta da minha amiga, éramos inseparáveis quando vinha para fazenda, nos divertíamos muito. Talvez me lembrar disso agora me faça bem, acho que não vou ver mais o cara que eu amo, não vou presenciar os casais mais fofos do mundo juntos novamente. Sinto que a morte está chegando perto e agora seria a melhor hora, não estou aguentado mais me manter viva apenas conseguia me pensar na Mirela e das nossas brincadeiras juntas.
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Cartas Para Alana
أدب الهواةNão bastava ser uma veterinária renomada mesmo sendo jovem, eu precisava de um admirador secreto que me mandava cartas anônimas. Não precisei muito para descobrir, na verdade ele mesmo veio até mim. E como numa típica história de romance tudo mudou...