Todos nós corremos até o pasto onde Pandora estava.
- Meu Deus o que aconteceu com você? - minha voz falha, verifico o que ela tem e vejo a mesma pata que já era fraturada quebrada mais uma vez, porém, agora estava bem pior.
- Ela estava correndo pelo pasto junto com os outros animais e enfiou a pata no buraco. - Ernesto explicou enquanto ajudava Davi.
- Vamos prepara-la para levar a sala de cirurgia imediatamente. - ordeno aos peões que estavam por perto - Luan, Bruna, vão para casa eu e meu irmão temos um difícil trabalho a fazer. - tento manter minha voz firme.
Os irmãos Santana vão para dentro como pedi e fizemos todo o procedimento de seda-la ali mesmo para leva-la para a ala de cirurgia.
- Vamos ver o que podemos fazer Lana mas se caso... -Davi tenta dizer enquanto coloca a roupa para a cirurgia mas eu o interrompo.
- Vamos fazer o possível e o impossível Davi, por favor. - falo firme e coloco a máscara.
Quem iria executar a cirurgia seríamos nós dois apenas, o que levou horas por ter cido uma fratura exposta. Eu estava disposta a ficar mais horas ali se fosse preciso mas Davi segurou minhas mãos e negou com a cabeça um claro sinal que não tinha mais volta. Foi necessário que meu irmão me puxasse para fora da sala.
- Desculpas Alana mas dessa vez a fratura foi completa. Vamos ter que... - ele abaixa a cabeça para não olhar em meus olhos - Você sabe.
- Não Davi, ela vai ficar bem Pandora pode se recuperar. - me desespero.
- Você sabe muito bem que quando uma pata se quebra totalmente as chances de cura é zero, Pandora é uma égua aventureira e nunca irá ficar imobilizada. Você quer que ela sofra com isso? - Davi segura meus ombros e dessa vez olha em meus olhos.
- Por favor eu vou... sei lá, faço alguma coisa. - suplico mas Davi nega e me abraça.
- Sinto muito sei o significado de Pandora para você mas vamos ter que sacrifica-la. - a voz dele falha e mesmo sem poder ver seu rosto sei que seus olhos estavam cheios de lágrimas - Vá para casa, eu posso cuidar disso sozinho.
Apenas assinto com a cabeça e ando sem ânimo para casa, eu não conseguia parar de chorar e soluçar. Pandora tinha um significado forte para mim e eu a tinha perdido também.
Mamãe adorava circos, ela ficava fascinada com as acrobacias e as mágicas. Sempre que um circo vinha para cá ela nos levava mesmo depois que já estávamos bem grandinhos. Dias antes do acidente de helicóptero, que causou a morte dela e de meu pai, mamãe tinha comprado ingressos para o novo circo que tinha chegado. A situação do lugar era precária, os animais eram maltratados e nem se alimentavam, mamãe denunciou o lugar e cada animal ganhou um lar em algum zoológico mas Pandora não, então nos oferecemos para ficar com ela e juntas começamos a cuidar de seus ferimentos. Mamãe estava empolgada para me ver nas provas com ela mas infelizmente ela não aguentou até lá.- Ei, você está bem? - Luan me para nas escadas e coloca uma mexa de meu cabelo para trás.
- Não, mas vou ficar. Você devia estar dormindo já é tarde. - tento lhe dar um sorriso mas fracasso em minha tentativa então vou para o meu quarto.
Fico em um canto do quarto chorando. Sempre que eu não conseguia salvar a vida de algum animal eu chorava mas dessa vez era diferente.
- Posso entrar? - Luan pede com a cabeça entre a brecha da porta.
- Não estou no meu melhor dia. - resmungo enquanto enxugo os cantos dos olhos.
- Nunca gostei de ti ver chorando. - Luan se senta ao meu lado e acaricia meu rosto.
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Cartas Para Alana
FanfictionNão bastava ser uma veterinária renomada mesmo sendo jovem, eu precisava de um admirador secreto que me mandava cartas anônimas. Não precisei muito para descobrir, na verdade ele mesmo veio até mim. E como numa típica história de romance tudo mudou...