3 dias depois
Quando peguei a chave do carro pendurada na parede e minha bolsa Divina me abordou
- Vai buscar Davi agora? - ela me olhava esperançosa.
- Vou sim, não aguento mais ver ele naquele lugar. Quer vir junto? - pergunto enquanto lhe abraço de lado.
- Acho melhor não, vou ficar para fazer alguma coisa que ele goste. - Divina diz envergonhada.
- Quando acidentei não fui minada desse jeito. - fiz drama e ela sorriu.
- Larga de ciúmes bobo e tome cuidado minha menina. - orienta enquanto arruma minha blusa.
- Pode deixar. - lhe dou um beijo na bochecha e vou para o meu carro mas antes de fechar a porta Valente enfia a cara entre a porta - Você também sente falta dele né? - acaricio ela - Vou buscar ele e se comporte não de trabalho para Divina. - tento tira-la de perto do carro - Ei, você é grande e não pode ir comigo ok? - ela deita na terra e chora - Sinto muito Valente.
Dei partida no carro e no meio da estrada um carro faz sinal para mim parar e faço isso mas continuo dentro do veículo.
- Marcela se for para brigar agora nem venha estou indo buscar meu irmão. - fala de uma vez já me previnindo de suas chatices.
- Como ele está? - por incrível que pareça ela estava se preocupando com ele.
- Melhor, não foi nada grave mas ele teve que ficar em observação. - explico voltando a dar partida no carro.
- Era só isso. - Marcela entra em seu carro e faz o retorno para voltar para a fazenda de onde mora.
(...)- Estou ansioso para voltar pra casa. - Davi diz vestindo sua camisa com minha ajuda.
- Fiquei com tanto medo se tivesse acertado algum órgão. - olho em seus olhos - Não podia pensar se...
- Ei. - ele me abraça desajeitado por causa do ombro infaixado - Agora estou bem mana e pronto para te encher a paciência. - e para provar sua afirmação ele bagunça meus cabelos mas não me importo - Nunca vou te deixar sozinha.
Ajudo ele sair de cima da cama e vamos lentamente para meu carro.
- Bruna se preocupou muito com você. - me sento no banco do motorista e coloco o cinto.
- Eu não sei no que pensar em relação a Bruna, ela é linda, carismática e educada mas... - ele não sabe que palavras usar para expressar o que estava sentindo e eu sorrio.
- Você tem medo de se machucar como aconteceu das outras vezes. - deduzo e ele assente sem me olhar - Davi, pela primeira vez na vida você está interessado na pessoa certa se você não namorar essa garota eu vou te dar uns sopapos, está me ouvindo? - olho para ele seriamente por breves segundos mas o suficiente para ele confirmar desesperado com a cabeça.
Davi ficou calado durante todo o percurso de ida para a fazenda e pensativo, quando chegamos tive que descer primeiro porque Valente já pulava na janela do carro onde Davi estava.
- Ei menina, vamos com calma com Davi ok? Ele está machucado. - digo acariciando embaixo de sua orelha esquerda onde ela se derretia.
Valente entendeu muito bem que Davi não poderia brincar com ela como antes e apenas lembeu sua mão. Divina por outro lado foi mais afetosa quando deu um grande abraço no meu irmão.
- Graças a Deus você está bem meu menino. - disse ao compasso que o abraçava.
- Ei Divina isso ainda doi. - Davi solta uma risada dolorosa e ela se assusta e o solta rapidamente.
- Me desculpe. - ela diz timida.
- Vamos Davi, direto pro seu quarto. - apontei para as escadas.
- Não quero voltar para cama. - como uma criança birrenta ele faz careta.
- Olha que aqueles sopapos pode valer para isso também. - ameaço olhando para ele como mamãe fazia.
Davi revira os olhos e vai resmungando até as escadas. Organizo suas coisas no quarto e pesso que ele descanse pelo menos por hoje
- Fica aqui Lana. - ele pede com manha enquanto deita em sua cama e me chama para ficar lá com ele - Como anda seu namoro? - pergunta depois que me deito.
- Esta bem. - sou vaga para especificar.
- Não é o que parece com essa carinha. - ele aperta minha bochecha e eu resmungo.
- Ele anda meio estranho ultimamente e eu não sei o que é. - confesso, com Davi as coisas eram simples de dizer e na maioria das vezes ele arrumava uma solução para os meus problemas.
- Já tentou conversar com ele? - pergunta enquanto olha para o teto.
- Tenho medo de perguntar e ele me achar muito atrevida ou coisa do tipo. - admito meu medo e ele sorri sem acreditar.
- Vocês são namorados não devem esconder nada um do outro, e se você perguntar é sinal que está preocupada com o que anda acontecendo. Ele está em casa hoje?
- Bruna disse que sim e que se desse iriam vir te ver. - me viro para ele e acaricio seus cabelos castanhos.
- Por que não vai lá e pergunta o que está acontecendo? Tente conversar. - ele diz como se fosse algo simples, na verdade era.
- Não sei se devo. - murmuro sem ânimo.
- Assim seria melhor que esclarecessem tudo, não acha? - ele me olha de lado e sorri calmamente.
- Não quero te deixar aqui nesse estado. - uso isso como empecilho para mim não ir.
- Eu ficarei bem, não me trate como um inválido, não é para tanto. - e como sempre Davi revira os olhos.
Precisou de mais tempo para Davi me convencer mas eu fui depois que me arrumei e dirigi novamente para a cidade e segui para o condomínio.
-Lana você aqui? - Bruna me olha sem entender, eu não tinha avisado que iria.
- Desculpas vir sem avisar. - digo sem graça ainda na porta.
- Não, tudo bem é só que o Pi não disse nada que viria mas vamos fique a vontade. - Bruna abre mais a porta para me deixar entrar.
- Ele está? - pergunto sem graça e Bruna encara meu jeito estranho.
- Tá no quarto se quiser subir. - aponta para as escadas.
- E sua mãe? - recuo um passo para trás.
- Foi na empresa com meu pai pode ficar despreocupada. - Bruna sorri e eu também, mas de alívio.
- Então vou lá.
Sorri mais uma vez para ela e subi as escadas. Bato na porta ninguém atende então abro e não o vejo mas escuto o som do chuveiro e deduzo que ele esteja tomando banho. Sento na cama e sem querer empurrei com o calcanhar uma pasta para debaixo da cama, me abaixo e a pego de volta e vejo no começo escrito bem legível, CONTRATO. Sei que é falta de educação mas aquilo poderia ser o motivo do jeito estranho dele então começo a foliar aqueles papéis. Nem percebo quando Luan já está em minha frente.
- Alana? - Luan me chama e franzi a testa mas logo sorri - Que surpresa boa te ver aqui meu amor. - ele vem até mim mas desvio de seu abraço.
- Eu esperava tudo de qualquer pessoa Luan, menos isso de você. - balanço o maço de folhas em minha mão com raiva.
- Espera, deixa eu te explicar. - ele mais uma vez tenta chegar até mim mas o empurro.
- Explicar Luan?! Você acha que isso tem explicação?! - exaspero, a raiva era enorme e me consumia cada vez mais - Então é assim que você quer ter um relacionamento sério comigo? Eu nunca imaginei que você se rebaixaria a tanto.
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Cartas Para Alana
FanfictionNão bastava ser uma veterinária renomada mesmo sendo jovem, eu precisava de um admirador secreto que me mandava cartas anônimas. Não precisei muito para descobrir, na verdade ele mesmo veio até mim. E como numa típica história de romance tudo mudou...