Capítulo 20 - Já tentou conversar com ele?

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3 dias depois

Quando peguei a chave do carro pendurada na parede e minha bolsa Divina me abordou

- Vai buscar Davi agora? - ela me olhava esperançosa.

- Vou sim, não aguento mais ver ele naquele lugar. Quer vir junto? - pergunto enquanto lhe abraço de lado.

- Acho melhor não, vou ficar para fazer alguma coisa que ele goste. - Divina diz envergonhada.

- Quando acidentei não fui minada desse jeito. - fiz drama e ela sorriu.

- Larga de ciúmes bobo e tome cuidado minha menina. - orienta enquanto arruma minha blusa.

- Pode deixar. - lhe dou um beijo na bochecha e vou para o meu carro mas antes de fechar a porta Valente enfia a cara entre a porta - Você também sente falta dele né? - acaricio ela - Vou buscar ele e se comporte não de trabalho para Divina. - tento tira-la de perto do carro - Ei, você é grande e não pode ir comigo ok? - ela deita na terra e chora - Sinto muito Valente.

Dei partida no carro e no meio da estrada um carro faz sinal para mim parar e faço isso mas continuo dentro do veículo.

- Marcela se for para brigar agora nem venha estou indo buscar meu irmão. - fala de uma vez já me previnindo de suas chatices.

- Como ele está? - por incrível que pareça ela estava se preocupando com ele.

- Melhor, não foi nada grave mas ele teve que ficar em observação. - explico voltando a dar partida no carro.

- Era só isso. - Marcela entra em seu carro e faz o retorno para voltar para a fazenda de onde mora.
(...)

- Estou ansioso para voltar pra casa. - Davi diz vestindo sua camisa com minha ajuda.

- Fiquei com tanto medo se tivesse acertado algum órgão. - olho em seus olhos - Não podia pensar se...

- Ei. - ele me abraça desajeitado por causa do ombro infaixado - Agora estou bem mana e pronto para te encher a paciência. - e para provar sua afirmação ele bagunça meus cabelos mas não me importo - Nunca vou te deixar sozinha.

Ajudo ele sair de cima da cama e vamos lentamente para meu carro.

- Bruna se preocupou muito com você. - me sento no banco do motorista e coloco o cinto.

- Eu não sei no que pensar em relação a Bruna, ela é linda, carismática e educada mas... - ele não sabe que palavras usar para expressar o que estava sentindo e eu sorrio.

- Você tem medo de se machucar como aconteceu das outras vezes. - deduzo e ele assente sem me olhar - Davi, pela primeira vez na vida você está interessado na pessoa certa se você não namorar essa garota eu vou te dar uns sopapos, está me ouvindo? - olho para ele seriamente por breves segundos mas o suficiente para ele confirmar desesperado com a cabeça.

Davi ficou calado durante todo o percurso de ida para a fazenda e pensativo, quando chegamos tive que descer primeiro porque Valente já pulava na janela do carro onde Davi estava.

- Ei menina, vamos com calma com Davi ok? Ele está machucado. - digo acariciando embaixo de sua orelha esquerda onde ela se derretia.

Valente entendeu muito bem que Davi não poderia brincar com ela como antes e apenas lembeu sua mão. Divina por outro lado foi mais afetosa quando deu um grande abraço no meu irmão.

- Graças a Deus você está bem meu menino. - disse ao compasso que o abraçava.

- Ei Divina isso ainda doi. - Davi solta uma risada dolorosa e ela se assusta e o solta rapidamente.

- Me desculpe. - ela diz timida.

- Vamos Davi, direto pro seu quarto. - apontei para as escadas.

- Não quero voltar para cama. - como uma criança birrenta ele faz careta.

- Olha que aqueles sopapos pode valer para isso também. - ameaço olhando para ele como mamãe fazia.

Davi revira os olhos e vai resmungando até as escadas. Organizo suas coisas no quarto e pesso que ele descanse pelo menos por hoje

- Fica aqui Lana. - ele pede com manha enquanto deita em sua cama e me chama para ficar lá com ele - Como anda seu namoro? - pergunta depois que me deito.

- Esta bem. - sou vaga para especificar.

- Não é o que parece com essa carinha. - ele aperta minha bochecha e eu resmungo.

- Ele anda meio estranho ultimamente e eu não sei o que é. - confesso, com Davi as coisas eram simples de dizer e na maioria das vezes ele arrumava uma solução para os meus problemas.

- Já tentou conversar com ele? - pergunta enquanto olha para o teto.

- Tenho medo de perguntar e ele me achar muito atrevida ou coisa do tipo. - admito meu medo e ele sorri sem acreditar.

- Vocês são namorados não devem esconder nada um do outro, e se você perguntar é sinal que está preocupada com o que anda acontecendo. Ele está em casa hoje?

- Bruna disse que sim e que se desse iriam vir te ver. - me viro para ele e acaricio seus cabelos castanhos.

- Por que não vai lá e pergunta o que está acontecendo? Tente conversar. - ele diz como se fosse algo simples, na verdade era.

- Não sei se devo. - murmuro sem ânimo.

- Assim seria melhor que esclarecessem tudo, não acha? - ele me olha de lado e sorri calmamente.

- Não quero te deixar aqui nesse estado. - uso isso como empecilho para mim não ir.

- Eu ficarei bem, não me trate como um inválido, não é para tanto. - e como sempre Davi revira os olhos.

Precisou de mais tempo para Davi me convencer mas eu fui depois que me arrumei e dirigi novamente para a cidade e segui para o condomínio.


-

Lana você aqui? - Bruna me olha sem entender, eu não tinha avisado que iria.

- Desculpas vir sem avisar. - digo sem graça ainda na porta.

- Não, tudo bem é só que o Pi não disse nada que viria mas vamos fique a vontade. - Bruna abre mais a porta para me deixar entrar.

- Ele está? - pergunto sem graça e Bruna encara meu jeito estranho.

- Tá no quarto se quiser subir. - aponta para as escadas.

- E sua mãe? - recuo um passo para trás.

- Foi na empresa com meu pai pode ficar despreocupada. - Bruna sorri e eu também, mas de alívio.

- Então vou lá.

Sorri mais uma vez para ela e subi as escadas. Bato na porta ninguém atende então abro e não o vejo mas escuto o som do chuveiro e deduzo que ele esteja tomando banho. Sento na cama e sem querer empurrei com o calcanhar uma pasta para debaixo da cama, me abaixo e a pego de volta e vejo no começo escrito bem legível, CONTRATO. Sei que é falta de educação mas aquilo poderia ser o motivo do jeito estranho dele então começo a foliar aqueles papéis. Nem percebo quando Luan já está em minha frente.

- Alana? - Luan me chama e franzi a testa mas logo sorri - Que surpresa boa te ver aqui meu amor. - ele vem até mim mas desvio de seu abraço.

- Eu esperava tudo de qualquer pessoa Luan, menos isso de você. - balanço o maço de folhas em minha mão com raiva.

- Espera, deixa eu te explicar. - ele mais uma vez tenta chegar até mim mas o empurro.

- Explicar Luan?! Você acha que isso tem explicação?! - exaspero, a raiva era enorme e me consumia cada vez mais - Então é assim que você quer ter um relacionamento sério comigo? Eu nunca imaginei que você se rebaixaria a tanto.

Cartas Para AlanaOnde histórias criam vida. Descubra agora