Capítulo 8 - 1, 2...

270 14 0
                                    

  Antes de todos irem para a cozinha vou primeiro para ver se estaria pronto. De cara me deparo com um belo bolo de cenoura com cobertura. Vou de fininho para pegar um pedaço mas o sensor de Divina é eficaz e ela aparece para bater em minha mão no momento certo.

- Nada disso, vai almoçar primeiro.  - ela me repreende.

- Há Divinha, só um pedaço vai. - faço bico mas ela é blindada ao meu charme irresistível.

- Não, e vai chamar seus amigos. - se virou e saiu.

  Apareço na sala de cara emburrada e braços cruzados, Davi logo ri de mim.

- Ela não te deu um pedaço do bolo também? - ele pergunta com cara de compreensível.

- Como você sabe? - arqueio a sombrancelha e ele levanta a mão mostrando que está vermelha onde supostamente ela deu um tapa quando estava prestes a fazer o mesmo que eu.

- Irmãos gêmeos levados. - Bruna gargalha.

- Com coisa que a gente é um exemplo né Piroca, e olha que nem somos gêmeos. - Luan a lembra.

- Essa comida vai ficar pronta ou não? - Isadora marca sua presença com seus questionamentos indecentes.

- Isso mesmo que vim fazer, vamos almoçar crianças? - aponto para a cozinha e todos se levantam.

  Luan e Bruna continuaram sua pequena discussão, Isadora fazia tudo conforme a etiqueta mandava e Davi e eu ria de toda a cena.

- Divina, não vai sentar para comer? - pergunto ao perceber que ela se mantém em pé perto de mim e de meu irmão.

- Hoje tem visitas Alana melhor eu ficar aqui mesmo em meu lugar. - ela da um passo para trás.

- Para com isso madrinha, pode sentar aqui. - Davi se levanta e puxa uma cadeira para ela.

- Sua empregada está certa, o lugar dela é na cozinha junto com todos os outros que devem nos servir. Se der muita corda eles vão esquecer o que eles são. - Isadora diz com naturalidade.

  Todos me encaram percebendo o exato momento que cerro os punhos sobre a mesa enquanto ela se serve com cuidado para não se sujar.

- E o que eles são para você, Isa? - pergunto para ver até onde ela vai com sua futilidade.

- Apenas empregados, não passam disso. Sua obrigação é nos servir. - ela continua com sua arrogância.

   Respiro fundo e e antes que eu faça alguma loucura me levanto não fazendo a questão de pedir licença e subo as escadas.

- Alana volte aqui! - escuto Davi gritar mas não lhe dou atenção.

  Assim que entro no quarto onde ela está hospedada Bruna entra logo atrás.

- Vocês podem ainda ser sócios para manter essa fazenda, por pouco tempo mas ainda são, mas mesmo com esse contrato que nos envolve eu nunca vou aguentar alguém como Isadora dentro da casa que meus pais lutaram para construir e deixar para mim e meu irmão. Me desculpe Bruna, você pode ficar ofendida por ser sua amiga mas há limites, Divina é a minha familia e nunca foi preciso que alguém a tratasse assim antes não vai vai ser agora que eu vou deixar. - falo a ela com raiva enquanto pego as malas.

- Eu que devo me desculpar, não devia ter trazido um ser humano tão tóxico para maltratar a sua família. Deixe que te ajudo. - Bruna pega uma mala de mim.

  Descemos as malas dela até a sala e chamei Seu Ernesto.

- Por favor Ernesto, coloque essas malas no carro, ainda vou trazer mais uma. - peço a ele que assente e faz o que pedi.

Cartas Para AlanaOnde histórias criam vida. Descubra agora