Cartas Para Alana

Capítulo 6 - Primas?

    Eu e Dani fomos para um lugar mais afastado dos meninos para colocar uma roupa de banho.

- Minha imaginação só precisou ver como ele te segurou quando caiu de Pandora para fantasiar sua pegada para outras coisas, não é? - Dani comenta para me provocar e eu reviro os olhos.

- E eu que sei da pegada do menino Dani? - jogo minha blusa nela.

- Lembra da sandália que pedi para você comprar para mim? - ela pergunta e confirmo com a cabeça - Ela veio com a numeração trocada.

- Hoje eu volto lá e troco, já tinha que ir mesmo. - pego minha blusa de volta para guarda-la.

   Voltamos para encontrar os meninos que estavam jogando pedras na água para ver quantas vezes quicava.

- Chegamos amores. - anúncio enquanto passo protetor no rosto e ofereço a Thiago.

  Ele e Luan nos observam atentamente e depois olham direto para o chão quando a Dani coça a garganta.

- Dani, vamos voltar a nossas aulas de natação? - Thiago a lembra e ela resmunga mas aceita.

   Ele ensina a coitada já que ela não sabe nadar mas creio que ele até tira proveito disso.

- O cantor vai ficar aí? Tem medo? - chuto a água em sua direção e ele sorri então corre para me pegar.

  Dou um gritinho e mergulho na água mergulhando para o fundo e ele veio atrás. Mergulhamos juntos e pela água clara era lindo de se ver para quem consegue abrir os olhos debaixo dela. Atravessei a cachueira mergulhando pois não era muito grande e chegando ao outro lado fiquei na beirada sentada no chão.
    Acho que fiquei olhando aquela paisagem por uns longos minutos até que senti pedrinhas pequenas sendo jogadas em mim. Olhei para onde vinha as pedras e era Luan com um sorriso no rosto, decido voltar para o outro lado e quando entro na água ele também entra e creio que mergulhamos juntos na mesma direção. Nos encontramos na metade da cachueira, ele fez um coração para mim ainda estando dentro e apontou para cima que era para subir e eu apenas fiz um Ok com a mão. Subimos juntos e a água batia no meu peito, ficamos frente a frente um do outro. Aquele brilho no olhar me era tão familiar mas também era algo tão vago, a maneira em que o sol refletia na água e deixava o rosto dele iluminado parecia até um anjo, um anjo com tatuagens e que não faz questão de manter o corpo distante do meu. Entre minha boca e a dele se tinha apenas míseros centímetros me fazendo ter pensamentos de como poderia ser seu beijo. Ele passa as mãos em minha cintura e não vejo alternativa a não ser ficar com as minhas em seu peito.

- AI SOCORRO! - dou um gritinho e Luan teve a incrível idéia de me puxar para atrás  de seu corpo afim de me proteger.

- O que foi mulher? - ele procura algo de errado com a água.

- Alguma coisa beliscou meu pé. - aponto e vejo Dani se levantar da água rindo da minha cara.

- Se assustou foi? - ela ri de mim ainda mais quando fico furiosa.

- Acho que você pode esperimentar profundidades maiores. - ameaço e corro para pega-la ainda ali dentro da água mas a covarde se esconde atrás de Thiago.

- Parem minhas crianças, Luan acha que já está na hora da gente ir não cara? - Thiago pergunta batendo queixo.

- Vocês que decidem. - ele da de ombros e balança a água dos cabelos.

- É melhor voltarmos mesmo ainda tenho que ir na capital. Vamos gente? - torço meu cabelo para tirar o excesso da água.

    Voltamos para casa preguiçosamente, as vezes parando em algum pé de manga e outras vezes para ver os inúmeros cavalos que pastavam calmamente.