Capítulo 15 - Fogo

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Uma semana depois...

   Eu sabia que meu irmão e meus amigos tinham uma grande imaginação para me pregar peças mas não uma que envolvesse me vendar e que eu concordasse ainda por cima.

- Me fala pelo menos para onde vocês estão me levando. - peço perdendo a paciência para a brincadeira.

- Não posso. - Thiago fala segurando a risada.

- Dani se manifeste. - aperto sua mão já que ela me guiava.

- Nem olha para mim. - ela se desespera em falar rapidamente.

- Me diz como você quer que eu olhe? - se eu pudesse estaria revirando meus olhos. - sinto o mato molhado pelo sereno passar em minha canela - Ei, vocês estão me levando para o mato. Estão sacaneando comigo não é?

- Pronto chegamos, poço de curiosidade! Fica aí que já chega alguém para tirar essa venda. - ele segura meus ombros enquanto diz.

- Ok está demorando, se ninguém aparecer eu vou tirar isso. - aponto para meu rosto, aquilo cossava o que me fazia ficar com mais raiva.

- Deixa que eu tiro para você. - aquela voz mansa diz atrás de mim e meu corpo se arrepia.

- Luan? - minha voz sai como um fiapo, eu não queria admitir para mim mesma mas eu estava morrendo de saudades daquele homem, nosso raro contato foi trocas de mensagem quando ambos tinham tempo para isso.

- Merece um beijo por acertar em cheio. - ele ri e enfim tira minha venda e posso ver tudo a minha frente, meu queixo cai.

- Nossa... - não consigo dizer muito além disso.

    Estávamos no mesmo lugar que lhe mostrei os vagalumes só que agora uma das árvores de ipê que estava sem folhas nenhuma estava toda envolta de pisca-pisca e em baixo perto de uma linda mesa de jantar um cartaz escrito a frase mais clichê do mundo e que eu amava: Quer namorar comigo?

- Então era isso que vocês estavam tanto aprontando e ainda por cima me mandaram para a clínica na cidade? - pergunto me virando para ele e tentabdo controlar a emoção, porém, meus olhos entregavam que eu estava prestes a chorar.

- Foi tudo feito com amor e muito cuidado para você não perceber. - ele se gaba dando de ombros e anula a distancia entre nós - Essa frase necessita de uma resposta não acha? - aponta com a cabeça rindo e para provoca-lo me afasto indo até mais perto da mesa de jantar.

- Eu posso até responder mas eu trabalho com palavras e provas então diga tudo o que seu coração quer me dizer. - fui cincera, eu precisava ouvir a certeza em sua voz ao fazer o pedido.

  Luan ri e confirma com a cabeca vendo que eu tinha razão então se aproxima e fica em minha frente. Suas mãos suaves tocam meu rosto com cuidado o moldando, sentir sua pele com a minha me fez arder em desejo para beija-lo.

- Eu queria saber o que dizer, deveria até por ser um compositor, mas é tudo tão forte que sinto por você que não consigo expressar. Eu só sei que só de olhar para você seja rindo ou de cara fechada eu só penso em te ter para sempre ao meu lado ou ao menos o tanto que Deus permitir. Eu não sou a melhor pessoa do mundo e muito menos a mais perfeita mas espero que eu consiga ser o melhor de mim mesmo para você. Eu te amo Alana. - ele sussura baixo e meus olhos se arregalam pela sua declaração- Pode ser cedo para dizer isso mas como você sabe eu te conheço a mais tempo que imagina e não sei dizer em outras palavras o que sinto. Então, namora comigo? - ele pede e faz biquinho no final para fazer seu drama.

- Isso é para você não saber o que dizer? - pergunto irônica deixando uma lágrima escorrer pela minha bochecha.

  Luan ri e revira os olhos depois que enxuga a lágrima.

- Da para você responder logo mulher. - e eu respondi, não com palavras mas sim da maneira que queria fazer assim que ouvi sua voz.

   Agarrei com as duas mãos o colarinho da camisa gola polo dele e fiquei nas pontas dos pés para poder beija-lo e matar pelo menos dois por cento da saudade que eu sentia.

- Eu prometo... - o interrompo pondo meu dedo indicador sobre seus lábios.

- Não prometa, só faça dar certo. - pedi lhe dando mais selinho.

- Ok, então agora é só... - mais uma vez eu o interrompo.

- Fogo! - exaspero.

- Hãn, não imaginava que estava tão anciosa para isso. - ele cora violentamente.

- Não, fogo!- viro ele para a árvore que pegava fogo.

- Meu pai eterno! - Luan se apavora - THIAGO PEGA UM EXTINTOR! - grita com as mãos na cabeça.

- Santo Deus. - meu queixo cai ao ver o nosso jantar ser carbonizado.

- INCÊNDIO, CORREEE... - Thiago chega gritando com um extintor de incêndio.

- Calma, isso não vai se alastrar.- começo a rir de nervoso do desespero de todos.

- Merda! - Luan xinga e chuta o ar de raiva.

- Ei, está tudo bem o que vale é a intenção. - abraço ele para acalma-lo.

   Davi se junta a Thiago para apagar o pequeno incêndio e tudo rapidamente é controlado.

- Lá se foi meu pedido de namoro. - Luan resmunga chateado mas se vira para me abraçar - Desculpas.

- Já disse que está tudo bem, talvez ainda tenha miojo na dispensa podemos fazer e comer juntos. - pisco e ele ri mesmo triste.

- Tô vendo que nossa gambiarra não deu certo. - Davi se aproxima e suspira cansaçado pondo as mãos na cintura.

- Deixa eu adivinhar, Davi se ofereceu para arrumar tudo? - perguntei para Luan que confirmou sem entender e eu segurei seu rosto como se falasse con uma criança - Entenda Luan, esse daí não sabe nem trocar uma lâmpada imagina montar um sistema de energia todo.

- Gente, o que aconteceu aqui? - Daniela chega e fica horrizada com a situação do local.

- Davi aconteceu. - Thiago acusa rindo.

- Agora pronto, se a terra se abrir a culpa é minha também? - pergunta incrédulo e cruza os braços.

- Não duvido muito. - mostro língua para ele, era isso ou eu o esganava.

Cartas Para AlanaOnde histórias criam vida. Descubra agora