Waking up

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Sejam bem-vindos à mais uma fanfiction, espero que crutam a estória tanto quanto curtiram as outras.




1º Acordando


Aos poucos Regina foi abrindo os olhos. Sua visão estava turva e a luminosidade do local a impedia de identificar quem estava ali, observando-lhe e chamando por seu nome. Em seu corpo havia vários fios lhe conectando à máquinas e suporte de soro, e em seu rosto, uma máscara de oxigênio foi colocada no lugar do ventilador mecânico que estava em sua garganta, para lhe auxiliar na respiração.

Ao piscar algumas vezes, sua visão foi limpando e ela conseguiu identificar um homem loiro e branco, com ao menos a parte de cima das vestes, na cor branca, que sorria e ainda chamava por seu nome.

— Regina? — Chamou-a mais uma vez. — Se consegue me ouvir, faça algum sinal. — Pediu e logo a mulher lhe obedeceu, piscando algumas vezes. — Ótimo! — Sorriu animadamente. Pegou uma prancheta que estava com uma enfermeira e anotou a informação. — Você sabe quem eu sou? — Regina olhou para os lados e depois para o homem de novo. — Vou tomar isso como uma resposta negativa... — Deu um sorrisinho. — Lembra-se do motivo de estar aqui? — A mulher continuou lhe observando, dificultando-o de saber se ela estava mesmo ouvindo ou não. — De forma sucinta vou te explicar o que aconteceu. Por favor, faça algum sinal de que está me entendendo. — Pediu mais uma vez. Ao ter a resposta afirmativa dela, que eram duas piscadas, ele prosseguiu: — Alguns anos atrás, três para ser mais exato, você sofreu um acidente muito grave quando passava no cruzamento entre a Avenida Orange e a Rua W Esther. — Fez uma pausa para a mulher assimilar o que ouvia. — No caminho até o hospital você teve duas paradas cardíacas e quando chegou aqui, teve uma convulsão e também perdeu muito sangue. — Falava de forma calma para que a mulher não se desesperasse. — Quando você sofreu o acidente, os paramédicos não chegaram na hora. Seu cérebro passou algum tempinho sem oxigênio e isso trouxe algumas complicações. — Respirou fundo, observando a máquina de batimentos cardíacos aumentar as ondas. Regina estava ficando nervosa. — Por favor, fique calma. — Pediu preocupado, tocando em sua mão. — Vou continuar... — Avisou hesitante. — Metade do seu corpo ficou preso nas ferragens do carro que você dirigia. Felizmente, os Bombeiros conseguiram te tirar de dentro, mas não conseguiram tirar algumas coisas que prendiam você. Por isso, você chegou aqui com um pedaço de ferro preso em uma perna. — Apontou para as pernas da mulher, que estavam cobertas por um lençol. — A perna direita. Depois você verá uma enorme cicatriz... — Pausou novamente. As ondas da máquina estavam estáveis agora. — Então você passou por uma cirurgia de retirada. Depois disso, entrou em coma e estava nele desde então. — Concluiu a explicação. Afastou-se um pouco da cama e fechou as persianas das janelas. — Agora eu preciso que você olhe o máximo que der, para cima. — Apontou para o alto e a morena logo obedeceu. — Isso... — Puxou uma pequena lanterna de seu bolso do jaleco e apontou para os olhos da mulher. — Poderia mexê-los um pouco? — Prontamente a morena obedeceu. — Obrigado! — Analisou por alguns segundos os globos oculares da paciente e, mais uma vez, anotou a nova informação que obteve em sua prancheta. — Irei levantar o lençol. — Avisou. — Preciso verificar sua sensibilidade nos pés. — Viu a mulher olhar em sua direção e piscar duas vezes. Entendendo como uma resposta, ele então o fez, de forma lenta. — Irei tocar com isso... — Levantou um plástico incolor, com uma agulha dentro. Regina arregalou os olhos. — Calma... — Sorriu sereno. — Não irei machucar. Será de leve. — Viu a mulher respirar pesadamente. — Posso? — Ela piscou mais duas vezes, concedendo. O homem segurou em seu dedão e espetou a agulha, olhou para a mulher, mas ela não esboçou nenhum movimento. — Você sentiu? — Ela olhou para baixo e ele entendeu como "não". — Vamos tentar de novo. — Escolheu a região conhecida popularmente como "peito do pé" e passou a agulha por ali. Olhou para a paciente novamente, mas não a viu esboçar resposta. — E agora? — Mais uma vez, ela olhou para baixo. — Se a resposta é não, por favor, pisque uma vez, se for sim, pisque duas. — Pediu, para ter certeza da resposta. Regina atendendo seu pedido, piscou, mas apenas uma vez. — Por favor, veja os batimentos cardíacos e a pressão dela. — Dirigiu-se a enfermeira que estava ao seu lado. — Regina, não se preocupe por não ter sentido nada. É normal depois de tanto tempo em coma, isso acontecer. Você ficou muito tempo sem movimentar as pernas, então vamos dizer que elas estão "enferrujadas" e precisem de um oleozinho. — Sorriu.

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