For loving too much

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37º Por amar demais


Regina se senta na cama e liga o abajur, pega o seu celular e acende a tela querendo ver as horas. Cinco horas da manhã. Não havia ninguém acordado ainda, mas ela precisava falar com Zelena, não aguentaria esperar por pelo menos mais três horas para lhe contar tudo.

Então, movida pela ansiedade, arrastando-se pelo colchão, ela chega até a sua cadeira de roda no pé da cama, monta-a e se senta. Com o celular encostado em sua barriga para ficar em pé, com a lanterna ligada, a morena sai de seu quarto e gira as rodas da sua cadeira até o fim do corredor, parando em frente à porta fechada do quarto da irmã. Estica-se um pouco, derrubando o celular no chão no processo, e consegue alcançar a maçaneta e abri-la. Agradece internamente pela porta estar aberta e entra.

― Zelena! ― Chama-a baixinho, empurrando-a de leve, mas a ruiva nem se mexe. ― Zelena! ― Tenta mais uma vez, usando um tom um pouco mais alto, também balançando-a com mais força.

― Regina? ― A ruiva murmura, sonolenta, virando-se para ela e abrindo os olhos minimamente. ― O que aconteceu? Teve algum pesadelo? ― Pergunta, remexendo-se em busca de uma posição confortável.

― Eu me lembrei de tudo! ― Diz com animação, quase pulando da cadeira, e sorri quando os olhos azuis se esbugalham em incredulidade.

― O que? ― Zelena levanta-se num pulo. De repente, todo o seu sono e preguiça foi embora. ― Você...

― Sim! ― Rebate, não deixando a irmã concluir a pergunta, tamanha era sua felicidade. ― Exatamente de tudo. ― Deixa claro, fazendo a expressão de surpresa no rosto da irmã, sumir.

― Até da nossa briga? ― Zel pergunta hesitante, engolido seco. O medo já começava a percorrer pelo seu corpo.

― Todos os detalhes.

― Então...

― Shh! ― Regina pede, interrompendo-a, e a puxa para mais perto. ― Não vamos remoer isso, ok? ― A ruiva assente, suspirando aliviada, mas ainda temerosa e Regina a puxa para um abraço, tentando tranquiliza-la.

•§•

― E aí, quando eu acordei, eu vi que não tinha sido um sonho ou que estava acontecendo de novo, como sugeria o começo, mas sim, que eu havia, finalmente, me lembrado de tudo. ― Regina finaliza, terminando de contar toda a história nos mínimos detalhes.

Assim como dá outra vez, logo que amanheceu, Zelena pediu um encaixe para a irmã, mas Martin ficou tão curioso com o que tinha para ouvir, que abriu o consultório mais cedo, apenas para recebe-la logo.

Após escutar tudo que a paciente lhe contou, Ricky escreve algumas coisas em um caderno apoiado em sua perna e faz uma expressão pensativa, deixando as irmãs ansiosas e curiosas.

― Quando você estava em coma, lembra-se de ter escutado alguma coisa? ― O homem pergunta à morena, quebrando o silêncio.

― Quando eu acordei, tudo que me lembrava era de estar arrumando minhas malas para fazer uma viagem no dia seguinte, mas acabei pegando no sono.

― Isso é possível? ― Zelena pergunta, chamando a atenção dos dois para si. ― Escutar durante o coma? ― Acrescenta para melhor entendimento.

― Sim, é possível! ― O homem afirma, aguçando a curiosidade da ruiva. ― Mas apesar de termos relatos de pacientes que garantem ter ouvido conversas durante esse período, não é possível dizer se as informações são processadas da mesma forma como se ele estivesse acordado. ― Deixa claro.

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