In my dreams

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20º Em meus sonhos


[Regina]

— Regina, a Dr. Page está lá embaixo à sua espera... — Disse minha mãe, ao abrir a porta e adentrar em meu quarto. Eu estava jogando Song Pop em meu celular, mas parei assim que ouvi sua voz e o nome dito por ela. — Vamos descer? — Indagou-me, já pegando minha cadeira de rodas e a colocando perto da cama.

— Ela é a minha fisioterapeuta? — Mamãe assentiu, colocando-me em minha cadeira e me empurrando para fora do quarto. — Mamãe, como a senhora conseguirá me descer pelas escadas? — Indaguei curiosa, ao notar a ausência de meu pai ou Zelena.

— A Dr. vai nos ajudar assim que chegarmos no topo da escada. — Meu coração acelerou com a resposta. Eu estava torcendo para que não fosse quem eu pensava que fosse.

Ao chegar à ponta das escadas, vi uma mulher, aparentemente de meia idade, de costas, cabelo longo e escuro, mas com mechas claras, falando ao celular.

— Dr. Page? — Minha mãe chamou sua atenção, fazendo-a se virar no mesmo momento e permitindo que eu visse seu rosto.

Então pude constatar que sim...

A mulher que estava no fim das escadas, esperando-me para começarmos a minha fisioterapia, era ela.

Kristin Page. Mãe de Lilith Page.

— Boa tarde, Regina! — Cumprimentou-me animada, abrindo um enorme sorriso. Estava diferente do que eu me lembrava.

— Boa tarde... — Respondi forçadamente, enquanto ela vinha ao meu encontro, no topo da escada.

•§•

— Como você passou muito tempo acamada, faremos os movimentos passivos, pois você não tem força suficiente no corpo. — Começou explicando, de forma séria. Em nenhum momento ela demonstrou me conhecer, ou muito menos se lembrar de algo que aconteceu no passado.

Será que tudo o que eu me lembro de ter acontecido entre nós, Emma e sua filha, realmente aconteceu? Será que mais uma vez, foi apenas mais uma história criada pelo coma e tudo o que eu lembro é falso? Será que é apenas mais uma coincidência, ela ser a minha fisioterapeuta? Ou será que ela é apenas uma boa atriz?

— Ela vai sentir alguma dor? — Minha mãe pergunta, interrompendo os meus pensamentos.

— Os movimentos serão lentos e fracos, a princípio. Se mesmo assim ela sentir qualquer desconforto, nós paramos. — Explicou para minha mãe, que empurrava minha cadeira e apertava meu ombro, como uma espécie de apoio. Estávamos indo para a parte coberta do jardim. Além de ser mais arejado, tinha espaço de sobra.

— Eu vou poder ficar aqui, acompanhando?

— Será maravilhoso ter alguém aqui, para incentiva-la. Principalmente a mãe. — Responde, virando-se para nós e andando de costas. Estava sendo uma ótima profissional. — Mas caso a paciente sinta-se desconfortável com a presença de terceiros, seria melhor que não. — E olhou para mim, como se estivesse me questionando.

— Pode ficar conosco, mãe. — Digo-lhe, apertando sua mão que ainda está em meu ombro.

Obrigada meu amor. — Beija minha cabeça.

— Sra. Mills, preciso que traga um colchonete. Pode ser? — Paramos ao chegar ao nosso destino. De onde estávamos, podíamos ver quem chegava e quem saia de casa, além de ver quem passava na rua, perto da saída. Um ótimo lugar para vigia. Diga-se de passagem.

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