Walking on the beach

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8º Passeio na praia


[Regina]

— Você está bem? — Minha irmã sussurrou em meu ouvido. Emma estava ao meu lado direito. Seu braço esquerdo enlaçava-me pelo ombro. Eu só queria poder deitar em seu ombro e sentir seu carinho em meus cabelos, igual acontecia em minha "vida."

Ela estava tão perto.

— Eu estou nervosa. — Sussurrei de volta e ela deu um sorrisinho em resposta.

— Como foi ser carregada por ela? — Seu tom era malicioso.

— Não durou nem doze segundos. — Rebati, balançando a cabeça negativamente.

— Você contou? — Encarei-a séria. — Sim, você contou. — Afirmou dando-me um empurrãozinho, fazendo-me empurrar Emma também.

— Zelena! — Reclamei e me virei para Emma sem graça. — Desculpe-me. — Pedi.

— Relaxa! — Deu-me um sorriso maroto e eu tenho certeza que se eu fosse um desenho animado, meus olhos teriam dois corações cor de rosa.

— Eu não contei nada, sua idiota! — Sussurrei de volta para a minha irmã, que deu um sorrisinho, mas se manteve quieta.

O carro estava em silêncio. Tudo que se podia ouvir era o barulho lá fora, das pessoas que participavam de algumas festinhas na praia, o barulho do ar condicionado e a música de reggae que tocava baixinho, dentro do veículo.

Aos poucos os prédios foram sumindo, até que entramos em um caminho de areia e só era possível ver lindas casas de praias e por trás das que ficavam do nosso lado direito, o mar. Eu reconhecia aquele lugar.

Mais alguns minutos andando por aqueles caminhos e paramos em frente à uma enorme e linda, assim como as outras que vimos no caminho, casa, com um som na atura mediana, e com pessoas conversando, dançando e bebendo, em frente. Era a casa de Emma. Eu me lembrava dela.

— Chegamos! — Anunciou Emma, já abrindo a porta do veículo e descendo, seguindo para a parte de trás do mesmo. Provavelmente fora buscar minha cadeira.

— Como é que eu vou chegar até a casa? — Indaguei à Zelena.

— Aqui está seu transporte particular, moça linda! — Disse Emma, chamando nossa atenção. Quando olhei, ela estava montando a cadeira. — Sua irmã leva a cadeira até lá... — Apontou para trás. — E eu te levo até ela, lá dentro. — Concluiu como se tivesse escutado o que perguntei a Zelena.

— Claro! — Respondeu Zelena de forma gentil. Com as mãos, afastei um pouco minhas pernas e minha irmã passou, logo descendo.

— Você pode segurar para mim? — Mostrou sua latinha de cerveja para Zelena e a minha ruiva assentiu já a pegando da mão dela. Em seguida se afastou do carro com a cadeira pendurada, enquanto passava pela areia, até a parte de cimento da casa. — Posso te pegar? — Arrepiei-me dos pés à cabeça com a simples pergunta.

"Posso te pegar?"

Era uma simples pergunta, mas...

— Regina? — Chamou-me Emma, acordando-me dos devaneios.

— Oi! Claro! Pode sim. — Sorri sem graça.

Arrastei-me com dificuldade e ajuda de Emma, até a ponta do banco, que logo passou seu braço direito pelas minhas pernas, e o outro, pelas costas, levantando-me em seguida.

O trajeto do carro até a cadeira fora curto, coisa de cinco segundos, mas pareceu durar bem menos do que isso. Quase pedi para que ela ficasse assim comigo por mais tempo.

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