Cap. 20

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Meus olhos foram se abrindo e me vi deitada na cama de um quarto, ele era cinza com algumas partes amareladas e tinha uma decoração estranha com armas e alguns livros.

Fui levantando devagar, busquei algumas lembranças na minha mente e consegui recordar do meu último momento na casa de Keyla.

eu havia recaído.

Caminhei pelo quarto mas parecia exausta, como se a cama fosse a melhor opção para tudo no mundo. A porta foi aberta e alguém passou por ela, era Sam.

- Que bom que acordou - Ele deu um suspiro aliviado - Dean não queria sair desse quarto pra nada então o convenci de ir comprar algumas coisas para comer.

- Quanto tempo eu dormi? - Perguntei com a voz cansada, me aproximando.

- Dormiu por quatro dias - Arregalei meus olhos com aquela frase.

- Ai meu Deus - Passei as mãos pelo cabelo - Onde está Lucy?

- Eu acho melhor você se sentar - Ele aconselhou e eu fiz com receio. - Contamos tudo pra ela, desde como nos conhecemos até a marca.

- Puta merda - Passei as mãos pelo rosto frustrada - Como ela reagiu? Tenho leves suspeitas que foi de forma negativa. - Sam soltou uma risada seca e eu confirmei minha teoria.

- Disse que a culpa era nossa, que só trouxemos desgraça para você e que se você morresse por causa disso que nós lembrássemos que foi por nossa causa - Ele respirou fundo e eu me levantei para abraça-lo.

- Ela está errada - Sorri pra ele e me soltei - Vocês me deram uma nova oportunidade de viver e eu agradeço por isso.

- De nada - Ouvimos uma voz grave vinda da porta e eu enxeguei Dean parado com algumas sacolas de comida nas mãos. Seus olhos brilhavam e ele tinha um sorriso sacana nos lábios, talvez de alegria por me ver finalmente acordada, eu poderia sentir o mesmo por finalmente o ver perto de mim, mas tinha um certo ressentimento e orgulho a zelar.

- Obrigada - Peguei as sacolas dele - Estou faminta.

- Eu não ganhei um abraço - Dean reclamou.

O fitei com os olhos cerrados e ele pareceu entender o recado. Fui caminhando direto para a cozinha com os Winchesters atrás de mim.

POV Dean.

Faz quatro dias que Jane não acorda e a fenda no meu coração só vai aumentando, me sinto culpado por ter a colocado nessa vida por mais que ela já tenha nascido nela sem saber. Me sinto culpado por todas as vezes que ela recaiu por causa dessa maldição de marca de caim.

Não queria mentir pra ela e dizer que vai ficar tudo bem porque com toda certeza do mundo, as coisas só tendem a piorar. Nesses dias que estive longe da Harwell consegui ler quase todos os livros sobre maldições, demônios e marca de caim. Alguns até nos mostraram coisas interessantes que Sam fez questão de anotar mas eu não concordei muito.

Estacionei minha Baby na frente do bunker e desci do carro com algumas sacolas de comida que Sam me pediu para comprar, já que eu não queria sair do quarto de Jane nem pra beber água, a deixar sozinha em um momento desses não é o melhor que eu posso fazer mas o meu irmão tem razão, eu precisava espairecer.

Cada degrau que descia das escadas sentia uma sensação muito confortável, como se estivesse em uma sala cheia de hambúrgueres e cerveja escutando alguns clássicos do Rock. Acho que cheguei até a sorrir um pouco, a sensação era tão reconfortante que chegava a ser anestésico.

Ainda com as sacolas nas mãos, caminhei até o quarto onde Jane estava, não era tão idiota para saber que aquela sensação só tinha algo em comum. E esse algo era Jane.

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