Parte II - Cap. 1

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Lebanon - Kansas
Uma semana depois
Bunker

Jane Hardwell

Aqui estou eu, sete dias, doze horas e quarenta e cinco minutos com a marca de Caim no meu braço tomando conta cada vez mais das minhas atitudes e da minha personalidade. O processo de adaptação à marca seria mais lento caso eu não estivesse algemada dentro de uma masmorra, bem no meio de um pentagrama, observando a minha barriga crescer cada vez mais. Essa gravidez me assusta. Não pelo fato de só terem passados algumas semanas e a minha barriga esteja do tamanho de cinco meses ou mais, mas sim, pelo jeito que minha família me tratou após a descoberta maligna.

Foi logo depois de terem me tirado daquela ponte, eles pegaram o corpo de Angie, colocaram no porta malas do Impala e levaram até um lugar seguro para cremar. Ficamos durante a queima do corpo e eu sofri, ainda sofro com as cenas, de ver minha irmã sendo esfaqueada e depois sendo cremada para passar a eternidade em um lugar que eu não faço ideia de como é.

Mas, voltando para a minha família. Eu vou contar como vim parar na situação que estou, só espero que vocês entendam e fiquem do meu lado...

Flashback ON

Depois que eu estabeleci minha plena consciência naquela ponte ela quase foi destruída quando vi minha mãe, viva, bem na minha frente. Eu chorei e quase não acreditei que ela estava ali mesmo, a abracei, chorei por Angie, chorei pela marca e chorei por não ter sido forte o suficiente para estabelecer um final melhor pra todos.

Fomos de carro até o lugar onde cremamos a minha irmã e no caminho minha mãe me explicou tudo com muita calma e carinho, admirei muito o quão paciente ela estava para me explicar passo a passo da sua volta à vida e não desabar no choro, minha mãe foi forte, foi carinhosa, eu não sabia que ela apoiaria o que fariam comigo assim que chegássemos em casa.

Após chegarmos no bunker, estávamos em um silêncio total, Dean me ajudou a sair do carro e pra mim parecia um sonho olhar naqueles olhos verdes novamente e sentir o peso que eles tem sobre mim. Todos foram na frente ainda valorizando aquele silêncio chato mas a única coisa que me chamou atenção foi a troca de olhares de Helena e Castiel, eles pareciam nervosos mesmo de longe qualquer um perceberia a tensão dos dois.

- Tudo bem? - Dean sussurrou perto do meu ouvido para não atrapalhar o silêncio de fora.

- Já é a centésima vez que você me pergunta isso... - Olhei pra ele e fiz com que parássemos de caminhar pra ficar frente à frente. - Olha, eu sei que você está inventando mil formas de se culpar aí nessa sua cabecinha, mas não precisa...

Ele olhou para baixo e eu fiz questão de colocar minhas duas mãos no seu rosto e direciona-lo à mim.

- Você salvou a minha vida.

- Ter essa marca no seu braço não é uma boa definição de "salvar vidas".

- Dean... Por favor, eu quero que pare com isso. Eu estou feliz - Acariciei seu rosto, o que por sinal era uma das minhas atividades favoritas. - Estou feliz por estar viva, por ter minha família de volta e principalmente, por poder te olhar nos olhos com mais calma e lembrar o quão lindo você é... - Consegui arrancar um sorriso dele e me senti orgulhosa, aliás, Dean Winchester, desde quando o conheci, significou tudo pra mim... É uma pena o que tenha feito comigo após a descoberta.

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