Capítulo 1-Foi estranho, vi todos os meus desejos numa pessoa só.

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» NICOLAS «

Segunda é o dia da semana que eu mais odeio. O prédio está geralmente
completamente cheio de pessoas, o barulho vindo de todo maldito lugar e eu não consigo trabalhar sem ser interrompido milhões de vezes ao dia. E só o pensamento já me deixa esgotado e de mal-humor. Piora ainda mais quando uma mão interrompe as portas do elevador fecharem.

— Nicolas, é com você mesmo que quero a falar.

— Seja breve.

Apertei o botão do meu andar.
— Nossa, que  humor maravilhoso, você viu um pônei?
— O que você quer?
— Ainda sobre a viagem em família que a mamãe quer.

Eu suspiro. Essa era uma conversa que tivemos tantas vezes que eu poderia
praticamente ter isso sozinho.

— Não posso me ausentar da empresa, ela sabe disso.
— Não me venha com essa desculpa, Nicolas. Você só vive para a empresa, mulheres e baladas, está na hora de amadurecer não acha?

Dei-lhe um olhar vazio.

— O que te faz pensar que não sou maduro?

— Você tem trinta anos e nunca teve uma namorada por mais de algumas horas. Todo dia sai nos sites de fofoca que você está com namorada nova. Você acha que isso é ser maduro?

Eu escolho ficar em silêncio para não esgotar minha pouca paciência. As portas do elevador se abrem e sigo andando com Marlon em meus calcanhares. Quando vi que ele não tira desistir, parei abruptamente, respirando fundo.


— O que você ainda quer?

— Você viu as manchetes hoje? Muito interessantes elas.—  Disse, e como não respondi, ele estendeu o celular em minha direção.

Peguei o aparelho gemendo enquanto eu olhava as palavras negras e ousadas.

ULTIMOS BOATOS– CEO da Schiller Corp. Nicholas Schiller, tem foto de momento íntimo com noiva secreta vazada.

Mas que foda?

Empurrei o celular de volta para meu irmão, balançando a cabeça. A preguiça absoluta nas manchetes estava começando a me irritar até o meu núcleo.

— Que porra é essa Nicolas?

Bosta da mídia que não cansava de sensacionalismo. Estava cada dia mais difícil lidar com aqueles abutres mentirosos. Ultimamente repórteres estavam dispostos a escrever qualquer coisa para vender seus jornais, e eles deveriam me enviar um cheque para todas as cópias que eu vendi para eles.

— Eu já estou acostumado com todo esse sensacionalismo, mas tente imaginar a minha surpresa ao ver o anel de vovó.

Ele aproximou o celular novamente e me mostrou a tela de seu celular. Nela uma foto minha preenchia toda a tela. Eu estava dormindo, provavelmente bêbado, e uma mão feminina estava sobre minha bochecha esquerda, ostentando um anel de diamante.

Amanda!

Aquela desgraçada havia conseguido armar aquele circo. Eu deveria ter desligado aquela puta da minha vida a muito tempo.

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