Capítulo 21-Foi estranho, vê todos os meus desejos em uma pessoa só.

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EMMA

O relógio marcava dez horas da noite quando Nicolas e eu nos despedimos dos outros e subimos para o quarto, em um silêncio absoluto. A distância entre a entrada do corredor e o quarto parecia duas vezes mais longa. E quando finamente chegamos, me apressei em pegar algumas coisas no armário. Quando passei por Nicolas para entrar no banheiro, fui detida por sua mão forte segurando meu braço. Olhei para a região onde nossas peles agora estavam em contato e imediatamente senti uma onda de calor se espalhar por meu corpo.

Maldito homem de sangue quente que me fazia ferver.

— Sinceridade, eu não sei o que fazer para consegui seu perdão. — Ele disse.

Sua expressão era tão desesperada que a culpa formou um nó na minha garganta. Mas era impossível ignorar a mágoa que ainda dominava meu coração, incomodando, me lembrando das palavras dele.

— Por que você está se preocupando tanto com isso? — Questionei com rispidez . — Afinal de contas, nada disso é real, não é mesmo?
— Isso não é verdade — falou. — Não leve em conta o que eu disse. Eu fui um idiota.
— Sim, você foi.
— Mas não foi minha intenção magoar você, princesa—Nicolas se aproximou um passo, encostando seu corpo na lateral do meu.— Por favor, me perdoe —Sussurrou em meu ouvido.

Eu queria soltar a palavra que ele tanto queria. Porra, eu queria muito. Mas na minha cabeça eu ainda processava suas palavras duras.

— Você deu a entender que eu era uma vadia ciumenta. — Eu acusei.
— Porra, Emma, eu me descontrolei, não sou assim. É que você me descontrola como ninguém.

Pronto! Agora todo o meu sangue estava agitando, gritando, pulando e se sacudindo dentro das veias.

Eu queria matar Nicolas Schiller, e queria matá-lo bem devagar.

— Agora a culpa é minha?

Me afastei bruscamente dele, completamente afetada, sentindo minha pele queimar onde ele havia tocado.

— Você me comparou a porra de uma vadia ciumenta e ainda deixou claro que quer que eu me foda longe de você. — Eu fazia um esforço sobrenatural para controlar minha voz. — Você não tinha o direito de falar comigo daquela maneira, Nicolas.

O encarei, desafiando-o com o olhar.

— Não é porque está me pagando que pode me tratar igual você trata suas putas—Cuspi, sentindo o rosto quente de raiva.
— Você está absolutamente certa. — Ele se aproximou um passo, parando bem próximo a mim.

O tecido de nossas roupas parecia não ser o suficiente para me impedir de sentir o calor que vinha dele.

— Eu sei quando estou errado, e admito que passei dos limites com você.—Ajeitou uma mecha de cabelo atrás de minha orelha, o que provocou um arrepio generalizado por tocar em uma área sensível. — Você não faz ideia de como eu queria voltar no tempo e mudar aquele ocorrido. Mas não posso, e a única coisa capaz de tirar essa angústia dentro do meu peito é seu perdão. —Disse, fazendo uma irresistível cara de menino perdido.— Você me perdoa?— Perguntou segurando meu rosto entre suas mãos grandes, mirando meu rosto.

Seus olhos azuis, boca perfeita e cabelos bagunçados, era a visão do paraíso e facilmente me levaria a perdoar ele. Claro, se eu não estivesse furiosa com esse homem fodidamente lindo. Se eu não estivesse fodidamente magoada com o que ele disse, porque estou fodidamente apaixonada por ele.

— Não. — Fui firme. Eu queria que ele sofresse um pouco mais. Queria que sentisse como eu me senti.
— Emma...
— Não.— Repito, me afastando dele e cruzando os braços sobre o peito em uma posição defensiva.

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