Capítulo 7- Sobre nós dois, ninguém vai saber de tudo.

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EMMA

Acordei com um calor infernal. Parecia que estava sendo sufocada e sentia um peso sobre meu quadril. Inclinado a cabeça para trás, constatei que Nicolas estava pressionado contra as minhas costas, seus braços fortes ao redor da minha cintura e seu rosto no meu cabelo. Tentei me afastar mas ele me puxou e me abraçou como um maldito triturador.

Deus, o que ele está fazendo?

— Nicolas! —Bato no seu ombro algumas vezes até que ele finalmente abre os olhos e sorri preguiçosamente para mim.
— Hey, ainda é cedo, volte a dormir.—Diz, sua voz grossa de sono.
— Se eu quisesse continuar dormindo, eu não teria te acordado. —Deslizo para fora do seu abraço e saio da cama.

Pego um conjunto de roupas e sigo para o banheiro. Depois de um banho maravilhoso, saio de lá cantarolando, meu humor inexplicávelmente alegre.

— Posso saber o porquê de tanta felicidade? —Nicolas perguntou fazendo meus malditos lábios se curvarem em um sorriso.
— Não.—Respondi e ele sorriu
— Entendo.—A sua voz sai agradável como de um lobo em pele de cordeiro—Não é fácil admitir que seu dia começou ótimo pelo simples fato de me ter agarrado ao seu corpo a noite toda.—Aquilo me causou arrepios, sem falar naquele sorriso cínico e presunçoso quer fez minhas bochechas queimarem.

Atenção cientistas, descobri o causador do derretimento das geleiras.

— Caramba, você deve ser muito feliz. Seu ego é imenso.—Debochei indiferente.

Ele passa por mim e cola os lábios em meu ouvido.

—  O meu ego tem o tamanho normal de um homem bem-sucedido. Imenso mesmo é o meu pau. Mas isso você já deve saber, pois durante toda noite quase se fundiu em mim. — Afastou a cabeça para poder ver minha reação.

Meu coração quase parou. Senti a temperatura subir dez graus em dois segundos, sentindo o ar quente que saia de seu hálito em minha testa. Nicolas não se moveu um único milímetro, o que fez com que meu nariz ficasse praticamente encostado em seu peito desnudo.

Jesus, eu poderia desmaiar a qualquer segundo.

Fiquei ali, sem me mover também. Ele eu não sei, mas eu não me mexia simplesmente porque eu não podia. Era como se eu fosse atraída para ele por uma onda magnética. Nicolas era meu imã e eu estava perdida em seu campo magnético como uma pequena moeda de dez centavos.

— O que foi? Você sempre teve tanto a dizer—Ele provocou— Ficou muda de repente?

Encarei seus olhos por um instante e pisquei como uma idiota estrábica por mais tempo do que pretendia, até que percebi que ele estava rindo. Alto e forte, as minhas custas.

— Idiota! —Bati no seu peito com os punhos.
— Emma Bennett, você definitivamente é uma coisa interessante. —Ele entrou no banheiro ainda rindo.

Regularizando minha respiração, eu conferi minha mala e a coloquei em cima da cama. Quando Nicolas saiu do banheiro minutos mais tarde, eu evitei seu olhar e ele não forçou a barra ou me provocou, mas enquanto desciamos a escada, eu pude senti sua risada baixa quando me neguei a segurar sua mão.

Idiota do caralho!

O café da manhã foi repleto de risadas e senti meu humor voltar. A família de Nicolas era incrível, todos ali pareciam que nasceram para pertencer aquele clã.
E eu estava fascinada diante de tanta complicidade.  As mulheres eram simplesmente maravilhosas. Elas são todas bonitas, inteligentes, espirituosas e eu posso ver por que qualquer homem seria atraído por elas. Noemi é hilária, e posso dizer que ela cuida muito bem de todos, toma o tempo para falar com cada membro da família.

— Você já esteve no Brasil, Emma?—Ela me pergunta.
— Eu sou brasileira.
— Eu não acredito! —Naty exclama sorrindo— O mundo dá mesmo umas voltas malucas, não é mesmo Nicolas? — Ela o acotovela no estômago.
— O que ?— Ele, que estava entretido em uma conversa com seu pai, olhou para ela confuso.
— Eu sempre soube que todo seus insultos as brasileiras era tudo por querer muito ter uma ao seu lado.— Naty diz, balançando a cabeça.
— Você bateu com a cabeça? —  Ele ainda estava confuso, e minha mão coçou para acertar a cara daquele imbecil.
—  O que? Emma é brasileira. Aí está a prova de sua queda por nossas mulheres.
— Como?—Ele me olha cautelosamente.
— Já se esqueceu, querido?—Descanso minha mão em cima da coxa dele.
— Você é brasileira?— Ele estava surpreso pra caralho.
— Você não sabe a nacionalidade da sua noiva? — Desconfiança borbulhou na pergunta de Mayara.
— E-eu...sei lá...—Antes que ele termine a frase, subo minha mão e aperto seu pau com força.

Sabe quando agimos sem pensar? Tipo, te dá na telha de fazer alguma coisa e você vai lá e faz? Pois é, isso que acontece comigo quando as coisas saem de meu controle. E acredite, as consequências desses meus súbitos não são nada boas.

E mesmo assim, eu nunca aprendo.

— Ele havia esquecido, não é amor? —Digo para ele com uma sobrancelha levantada.
— Uhum...—Ele mumurra, e disfarçadamente aperta minha coxa.

Não é um aperto sexy e prazeroso, é um fodido beliscão que me fez engolir o grito de dor que ameaçou vim.

— Solta. o. meu. pau—Ordenou pausadamente, raiva queimando em seus olhos.

Sem opção, puxei minha mão para cima e Nicolas deixou escapar um suspiro aliviado. Mas antes de liberar minha coxa de seus dedos, ele impõe uma força sobre ela e não consigo segurar o grito.

— Algum problema aí, casal? —Nicole nos dá um olhar sugestivo. — Vocês não querem voltar para o quarto?
— Cuide da sua vida, Nicole —Nicolas rosna.

Olhando para minha coxa, vejo a marca vermelha, que em breve se tornará roxa. Passo a mão por ela disfarçadamente e levanto minha cabeça. Todos os outros estão conversando, exceto Mayara e Nicolas que se encaram. Ela parece ler cada expressão dele.

E a única coisa que consigo entender disso é que provavelmente a nossa mentira está em cheque.

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